quinta-feira, 4 de junho de 2009

Juventude, educação e trabalho


Algumas observações e constatações sobre o ritmo do trabalho ao longo do processo histórico e na atualidade, me chamaram a falar um pouco sobre este tema. Enraizados na lógica Fordista de produção, a economia mundial começa a pedir hoje, trabalhadores nem tão “fragmentados” assim. Isso quer dizer que, aquele funcionário que antigamente dava conta de apenas torcer o parafuso e aumentar a quantidade e a velocidade de produção hoje garante seu emprego se torcer o parafuso, juntar com a outra peça, dar uma “polida” no produto final e ainda se relacionar bem com os colegas. Este último inclusive, esta na moda. Segundo as teorias econômicas que fomentam a pesquisa científica dentro da área da psicologia, por exemplo, exaltam hoje este último item, nomeado belissimamente como “habilidades comportamentais”. O que o mercado esta exigindo agora, é aquilo que a máquina não pode substituir. A criatividade humana e a capacidade de relacionar-se com o todo (trabalho e pessoas). Para além destas qualificações, exige-se também o conhecimento da área específica, o estudo, a formação inicial ou básica e uma formação continuada. O interessante é que essa educação orientada aos interesses do capital e do banco mundial, não é uma educação “democratizadora” de conhecimentos. Ao menos nos países onde é interessante que não se formem profissionais qualificados de fato, como nos países mais carentes. A política educacional do banco mundial é qualificar a população desses países com cursos técnicos, para trabalhar em multinacionais onde a centralidade do conhecimento científico fique de fato com a supremacia tecnológica das matrizes. Nos Estados Unidos pode ser interessante empoderar o campo da educação dando ênfase ao aprofundamento do conhecimento aos seus, mas nos países ditos “pobres”, ou cinicamente “em desenvolvimento”, a política é empoderar a população apenas para trabalhar na fábrica com o máximo de qualidade, porém qualidade apenas técnica, e de preferência num ritmo alienado do processo em si. Talvez para isso se enfatize tanto a questão da necessidade de um funcionário ter “habilidades comportamentais”. Pois esse “super funcionário” garantirá seu emprego se atingir essa gama de responsabilidades. Caso contrário, esta fora. E no meio desse emaranhado todo, vem os jovens oriundos de uma educação ainda precária, que pouco a pouco vem tentando desvincular-se da lógica do exército de trabalhadores qualificados ao trabalho manual do capital. Pois o trabalho intelectual e o conhecimento científico e tecnológico, por enquanto é mérito dos primos ricos lá de cima. O governo federal vem tentando desconstruir essa lógica aos poucos, dando incentivos científicos e intensificando a riqueza de “casa”. Mas infelizmente o caminho ainda é muito longo.
OBS.: Na foto acima, a Juventude de Gravataí representada na Marcha em Defesa da Educação no XI Fórum de Estudos Paulo Freire

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