sábado, 18 de dezembro de 2010

Sinalizando avanços importantes

A esquerda mundial, diante de diversos processos de participação já experimentados no globo, aprendeu muito com as experiências petistas de Porto Alegre. De uma conjuntura política autoritarista no período da Ditadura Militar no Brasil, Porto Alegre nasce como um foco de práxis transformadora na medida em que materializou o que seria o pontapé inicial para uma democracia participativa. Mostrou ao resto do mundo que é possível elevar a qualidade política através da participação popular. Obviamente, que, como qualquer outro processo, aparecem contradições, avanços, retrocessos, e diversificadas situações que talvez não estivessem previstas na sua constituição enquanto política pública. No saldo final, ensinou ao mundo que é possível trabalhar educação com política e alertar para a necessidade de um Estado transparente que envolva a capacidade crítica e associativa de seus cidadãos. O que estava por trás do Orçamento Participativo na experiência petista, nada mais era do que uma intencionalidade ideológica de envolver pessoas e tornar o que é público, público de fato. Desmontar estas experiências na lógica da ideologia hegemônica dominante, apresentou-se de certo ponto, de modo fácil. A perda substancial da importância do OP em Porto Alegre, e talvez em demais localidades, ao eleger projetos de direita, ou de “centro-direita”, mostrou mais uma vez a importância da conquista do Estado, não apenas nas suas instâncias de participação, mas como eixo político fundamental através do processo eleitoral. Alternativas para mudar questões como consciência de classe ou processos contra-hegemônicos, estão nos movimentos sociais e na disputa partidária pelo Estado. Embora seja forte a crítica a respeito da conquista deste atual Estado burguês, abrir mão dele neste período histórico simboliza retrocesso nas lutas orientadas até aqui. Não enxergo hoje, uma alternativa ao combate das estruturas do Estado burguês, sem ser através dele próprio. A não ser, é claro, que se rompa com a lógica de forma radical, experiências tais, que a história mundial nos mostrou sua potencialidade para não dar muito certo no final. O processo democrático em que a experiência de Porto Alegre atenta, significa repensar metodologias, ressignificar o período histórico, e mais uma vez reforçar que não somos todos iguais de fato. A esquerda e a direita não se confundem, e, portanto, discursar em torno de um movimento em que “todo mundo se misturou”, demonstra, no mínimo, incapacidade dialética de perceber o momento em que estamos vivendo. Muito embora existam ramos da esquerda que de fato nos confundem. Em torno destas colocações, trabalhar um momento participativo de orçamento público junto à estrutura do governo federal, tem hoje campo e momento histórico ideal para entrar em ação. Aguardaremos sinais de seu planejamento e execução.

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domingo, 5 de dezembro de 2010

O medo do outro



A fúria gratuita, a ira desgovernada, a violência incontida e a intolerância àquilo que lhe é desconhecido, pode matar. Pessoas no Brasil ainda vivem na externalização da incompreensão ao desconhecido, através da violência. Alguns ensinam a violência verbal, e outros, executam a violência física de fato. O preconceito que mata e agride homossexuais não afeta apenas os jovens instigados desde crianças a odiar aquilo que não conhecem. O preconceito que se vê dentro das casas, nas escolas e nas ruas, não se trata de brincadeirinha que é jogada ao vento e se perde como partículas no ar. O preconceito do mundo adulto que educa (ou melhor – deseduca) pessoas a odiar outras, não é uma simples piadinha de porta de banheiro ou conto engraçadinho de uma conversa de bar. Este preconceito que agride pessoas, que corta, que arde, que bate, que dói, que sangra, não é uma bobagenzinha que as pessoas esqueçam. A piada, o conto, a ironia e a subestimação são elementos trágicos para a sociedade atual que acabam gerando crianças e adolescentes presenteados por uma raiva daquilo que desconhecem, sem ao menos entender o que acontece. A palavra preconceito anuncia aquilo que imaginamos ser algo. Porém não sabemos o que é de fato. E de tantos pré-conceitos, pessoas que expressam suas formas de amor de forma lícita e autêntica, são categorizadas sempre de modo negativo pelo vácuo de conhecimento daquele “monstro” desconhecido. E o que se faz quando algo é desconhecido? Inferioriza-se, agride-se, detona-se, toma por inimigo. Não vou nem entrar no mérito de possíveis explicações freudianas perante estas raivas. Mas o fato é que a sociedade teme ao outro. Teme ao diferente de si próprio. Ouso dizer, que alguns temem à liberdade. Porém, também ouso dizer que estamos evoluindo. Em lentos passos, a intolerância ao desconhecido vai se perdendo perante a superioridade das gerações vindouras, da coexistência entre os diferentes e da diminuição da carga pesada que alguns descarregam nas inocentes mentes de nossas crianças, que sequer entendem de onde nascem tantos ódios. Num piscar de olhos, pequeninos inocentes reproduzem apelidos homofóbicos e na maioria das vezes, não sabem sequer o que estão falando, só sabem que ouviram em algum lugar e é para xingar alguém. Num piscar de olhos, adolescentes aparecem soqueando outros. E neste instante, então, o mundo dos adultos "gênios" aparece para culpabilizar pequeninos e falar em bullying...

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quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Dogs and peoples...


Reparem bem nesta imagem... é Tinker, de 3 meses, a filha da minha filha, mais precisamente minha neta de pelos...

Estava roendo um possível crime irremediável... eis que eu pego na tampinha e ela faz essa cara...

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quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Semana cheia de emoções...

Fortes emoções na semana passada...

Meu pai tomou um tiro e ficou hospitalizado a semana inteira...

E ao fim da semana, elegemos a primeira presidenta da república da história deste país.

Êita coração...

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quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Um 7 de Setembro atípico na avenida

O desfile de 7 de setembro sempre traz a conotação da honra do soldado, da marcha, dos pelotões, do homem que serve à pátria e da defesa e memória do período de independência do Brasil. Ao longo do tempo foram incluindo-se temáticas ao desfile, geralmente em defesa de alguma coisa referente ao país. Crianças, adultos, idosos, homens e mulheres foram ocupando a dita passarela “verde-amarela”.

O que nunca havia acontecido em Gravataí, e talvez eu nunca tivesse visto em nenhum outro desfile em lugar algum, foi exatamente o momento ímpar que vivemos ontem: o desfile se transformou nas cores do arco-íris. Membros que participam do Fórum da Diversidade Sexual promovido pela Assessoria de Políticas Públicas para a Juventude e pela Fundarc da Prefeitura de Gravataí, onde congregam pessoas da sociedade civil e entidades como a UAPA, desfilaram com bandeiras e faixa enfatizando a quebra de preconceitos na cidade de Gravataí. Foi uma rápida passagem na avenida, onde aproximadamente 15 mil pessoas puderam perceber que Gravataí tem espaço para a diversidade e para a mudança de um poder público conservador, para um poder público para todos, de fato. Vale lembrar que a atual prefeita Rita Sanco, foi a primeira parlamentar da cidade a implementar lei municipal em defesa aos direitos homoafetivos.

Ao desfilarmos pela avenida, pudemos perceber o apoio que vinha de diversas partes da plateia que assistia. Algumas caras de “espanto”, por tamanha coragem, mas a grande parte das reações eram de palmas, que, muitas vezes, vinham com vigor, admiração e sorrisos.

Participar de momentos como este, fez-me refletir também sobre a importância da visibilidade quando o tema é sexualidade. Enquanto esta camada da população seguir à sombra, seus direitos estarão sempre velados e a possibilidade de serem vistos como seres de direitos e cidadania, seguirão sendo jogados para baixo do tapete. Em torno disto, ressalto a importância das leis, dos legisladores, do poder executivo e de todas as ramificações do Estado, que é público, e, portanto, laico e para todos, que sigam avançando em políticas públicas na área da sexualidade.

Parabéns ao Fórum da Diversidade Sexual de Gravataí e parabéns à tod@s que ousaram participar deste desfile, que, certamente, historicizou o respeito à homossexualidade em Gravataí e o anúncio de novos tempos nas relações sociais. Saímos ontem da avenida, com o coração repleto de orgulho.

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segunda-feira, 5 de julho de 2010

Pois então... viva o Uruguai!!

hehehehheheh

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sexta-feira, 2 de julho de 2010

Pois então... viva a Argentina...

Viva a Argentina, viva Uruguai, Paraguai, Gana, se for o caso...

Sempre achei o Maradona melhor que o Pelé mesmo...

Futebol é maluco, vira e mexe muda a direção do vento...

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sábado, 12 de junho de 2010

A voz e a vez das mulheres



Ontem (sexta, dia 11), iniciou uma plenária nacional de mulheres do PT aqui em Brasília, que dura hoje (12) o dia inteiro e culminará amanhã (domingo) na Convenção Nacional do PT, que homologará a campanha de Dilma Roussef para presidenta do Brasil.

É um momento único, ímpar na história do PT e do Brasil, a homologação da campanha da primeira mulher que será eleita para o Governo Federal deste país.

E nós, enquanto mulheres de esquerda, temos política, planejamento e projetos para este governo que virá.

Ao longo dos debates e painéis, muitas questões sobre a política feminista partidária foram colocadas, entre elas, a participação das mulheres na esfera eletiva, além do processo de coordenação de campanha nacional e nos estados.

Cada vez mais, as mulheres conquistam com muita luta os mais diversos espaços, não apenas se colocando na política, mas argumentando e fazendo ouvir suas vozes.

Não há mais espaço para machismo dentro da política (ou não deveria haver), e o cenário que se coloca cada vez mais forte, é luta e a construção da igualdade de direitos entre homens e mulheres. Estas conquistas não são ou tampouco foram fáceis, e ainda encontram muita resistência dos campos conservadores da política.

Ainda temos uma longa caminhada pela frente, e o que se apresenta com a candidatura Dilma, é uma abertura destes espaços e uma caminhada positiva de luta por igualdade de direitos, por respeito, por autonomia e por todas as injustiças historicamente construídas neste país.

Não há socialismo sem feminismo!
Um abraço,
Ingrid

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Dia dos namorados???

Dia dos namorados que nada, é Dilma Presidenta!!!!!!!!

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quarta-feira, 9 de junho de 2010

Estatuto do Nascituro


Texto muito bom, divulgando...

ESTATUTO DO NASCITURO:

Um golpe contra a autonomia das mulheres com outro nome



Por Sirlanda Selau, Analine Specht e Cláudia Prates*



A sociedade brasileira vivencia no último período o mais ofensivo ataque à liberdade e autonomia das mulheres, minimamente conquistadas, orquestrado nos bastidores pelas forças conservadoras alinhadas. O avanço rumo à aprovação do chamado “Estatuto do Nascituro”, deve ser visto como uma franca ameaça aos mais caros direitos das mulheres. Nele, estão reunidas as pautas mais retrogradas e de submissão, ostentadas pelo patriarcado e as instituições que o perpetuam, ao longo dos séculos: controle sobre o corpo das mulheres, a institucionalização da violência sexual, o domínio ainda mais amplo sobre o destino da vida das mulheres. Pautas, novamente travestidas de um discurso “pró-vida”. Esse mesmo discurso repetido à exaustão para pressionar a retirada da pauta da descriminalização e legalização do aborto do 3º Plano Nacional de Direitos Humanos (PNDH3), deslegitimando o processo democrático e amplo de diálogo que o construiu. As contradições de um Estado que se propõe laico se manifestam cada vez mais complexas e profundas. De um lado se promovem ações afirmativas através das políticas públicas e da ampliação e garantia dos direitos das mulheres. De outro se inviabiliza e restringe os direitos às mulheres, de forma punitiva e de forte caráter medieval capitaneadas pela igreja. Passivamente as instituições do governo federal se colocam na condição de meras expectadoras frente aos retrocessos históricos em curso.

Trata-se então de um reforço na ofensiva conservadora e fundamentalista, que usa como cortina de fumaça uma pseudo-proteção a uma pretensão do que pode se tornar vida humana. Tudo isso para atingir o cerne da contraposição entre as mulheres e o patriarcado, qual seja: a autonomia delas perante o que lhes pertence.

Dito de outra forma, o Estatuto do Nascituro, é a mais recente forma, pela qual se busca legitimar a barbárie que ameaça a vida, a segurança e as expectativas das mulheres brasileiras. E é também uma afronta a democracia, a liberdade, e a garantia constitucional de um Estado laico, que seja promotor da igualdade, desta feita, atingindo conquistas de toda a humanidade.

Através dele, pretende-se estabelecer a vedação irrestrita ao aborto. Mesmo aquelas formas, já permitidas, como em decorrência de estupro; ou quanto ao aborto terapêutico e em casos de anencefalia, situações estas últimas, que não possuem jurisprudência consolidada, isto é, existem decisões do judiciário divergentes em relação ao tema. Mas os absurdos e a hipocrisia não param por aí! Querem através desta legislação, institucionalizar e legalizar, a violência sexual, especialmente aquela aplicada contra as mulheres através do estupro. Tornando inadmissível o aborto oriundo desta violação e instituindo o pagamento de auxilio para sustentação do nascido desta violência, a chamada “bolsa estupro”. Desta forma, a punibilidade do estupro, recairá sobre a própria mulher, obrigada a gestar o fruto de uma violência sexual que jamais será esquecida, quando é sabido que na maioria das vezes o estuprador não é punido ou não cumpre sua condenação. Sem contar que o texto abre brecha para a proibição, inclusive, de algumas medidas contraceptivas, como a pílula do dia seguinte.

Afora a hipocrisia, o que se destaca é a empáfia do legislador, em querer determinar quando começa a vida, fato que nem a ciência ousou ainda determinar. Caindo assim, em uma descabida incongruência legislativa, em querer proteger o que nem a ciência jurídica situa no campo do direito subjetivo. Ademais, ao analisar outros dispositivos desta proposta cai por terra o discurso de “proteção da vida”, pois não se vê nada além do que já tratam as legislações vigentes, sobre direitos de personalidade, direito a saúde e patrimônio dos recém nascidos.

Pesquisa recente realizada pelo IBGE, publicada pela Folha de São Paulo mostrou quem são as mulheres que recorre ao aborto. Que pode ser uma mulher comum – uma de nós. Geralmente tem companheiro, tem filhos e segue uma religião e pelo menos a metade precisou ficar internada por complicações. Segundo o Ministério da Saúde, o aborto inseguro é a terceira e quarta causas de mortalidade materna. Não olhar para isto sim é um crime!

Entendemos que a proposta do “Estatuto do nascituro” deve ser rechaçada, pois ela significa mais um dos ataques dos conservadores, machistas e opressores para condenar ainda mais, as mulheres a submissão, mantendo-as expostas a insegurança, a violência e a ameaça a sua vida e suas expectativas. Este é mais um momento de cabal hipocrisia da estrutura legislativa do país, que se omite em tratar do aborto, como uma questão indispensável para a preservação da vida das mulheres, e de garantia da sua autonomia como direito fundamental.

Esta iniciativa não pode ser admitida, sob pena, de estarmos aprovando a efetivação de um golpe contra a democracia, o ideal de igualdade e justiça, atingindo os bens e valores mais caros conquistados pela humanidade ao longo dos tempos.

Precisamos de ações afirmativas e de políticas públicas para as mulheres, que avancem na luta contra a mortalidade das mulheres e não o que se vê - dez passos atrás e o aumento da criminalização das mulheres.

Mas se queremos mudar de fato, este ano em que teremos eleições para a renovação do legislativo estadual e federal, será fundamental que façamos uma campanha nacional contra os (as) parlamentares que tem, cotidianamente, se voltado contra os direitos das mulheres, e mais, aprovando leis que ferem nosso direito fundamental de autonomia plena.

Marcharemos até que todas sejamos livres!



* militantes feministas da Marcha Mundial das Mulheres

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terça-feira, 8 de junho de 2010

Impaciência Hermana


Ultimamente a mídia brasileira resolveu divertir o tema Futebol/Copa do Mundo, com uma suposta rivalidade histórica entre Brasil e Argentina, no sentido de diminuir a figura do sujeito argentino, enfatizando ridicularizações do povo vizinho, como se essa fosse a expressão do sentimento do “verdadeiro brasileiro”.
Nos jornais, na internet e nas campanhas publicitárias, resolveram achar que acabar com a imagem do argentino dava ibope. E assim, alimentando dia-a-dia uma rivalidade que ultrapassa o futebol, e vai parar no desrespeito ao trato humano, a grande mídia opta por instituir uma espécie de raiva de forma subliminar, velada, e até mesmo escancarada.
Este lado da raiva e da ridicularização ao argentino, é apenas um lado: o lado do projeto de sociedade que quer a todo custo instituir que as nações latinoamericanas não devam ser amistosas ou tampouco devam unir-se em nome de um “outro” projeto. Este “outro” projeto que falo, é aquele em que os povos historicamente subjugados deste continente, constituem, a cada dia, uma nova identidade, uma nova perspectiva de relações humanas, uma tentativa contra-hegemônica na condição global, um bloco forte de consciência histórica que independa das potências europeias e do imperialismo dos EUA, enfim, um lugar em contínua efervescência política de esquerda.
Desorganizar uma construção de uma América Latina sem fronteiras político-ideológicas, e enfraquecer o empoderamento humanista deste território, passa a ser, sutilmente, uma ação por parte do setor do “projeto egoísta, individualista e meritocrático” da sociedade. Em bom português, passa a ser um feito velado da parte de quem não quer ver “povo nenhum unido com povo vizinho nenhum.” Afinal de contas, povo unido é perigo na certa.
Assim como a mídia podre brasileira planta uma rivalidade “supra-futebolística” entre Brasil e Argentina, a mídia também podre Argentina faz o mesmo em relação aos brasileiros.
Outro dia estava na frente da TV, e vi uma propaganda de “latinhas de cerveja que falam”... e no final, a latinha de cerveja brasileira chama o argentino de “maricón”. Chamar alguém de “maricón” na Argentina, é agressivo como chamar alguém de “veado” no Brasil.
Até onde sei, nunca vi uma propaganda nacional que chame alguém escancaradamente de “veado”, pois mesmo que tenhamos muitas manifestações homofóbicas aqui, ao menos nas propagandas, isso não acontece dessa forma. E por que em referência aos argentinos, isso pode? Se é aos argentinos não é homofóbico? Não é agressivo? Não compreendo a falta de criatividade e até mesmo de inteligência de parte da publicidade brasileira.
Se fôssemos elencar os avanços no tema da diversidade sexual entre Brasil e Argentina, poderiam ser destacados vários elementos em que a Argentina sai na frente... mas não é esta a proposta aqui, pois os dois países também possuem suas peculiaridades histórico-sociais.
Ridicularizar o Maradona, também faz parte do processo, afinal de contas, é amigo íntimo de Fidel Castro, e assim, boa gente não pode ser. Nesse caso fica muito parecido com a bobagem caricata que a Globo fala constantemente em relação ao Chávez. Enfatizar uma suposta “soberba” argentina, também é questionável... pois não se julga um povo inteiro em detrimento de algumas falas isoladas.
Esses são apenas poucos exemplos da segregação brasileiros/argentinos que a mídia quer impor. Voltar na história para compreender a rivalidade entre os dois em relação ao futebol? Isso não me contenta... pois a rivalidade que supostamente quer ser instituída, é uma rivalidade entre relações humanas, e o futebol acaba por ficar secundário, esquecido ao final do processo.

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domingo, 6 de junho de 2010

Virtude e o mundo dos 5% em: Alienação

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sábado, 5 de junho de 2010

Virtude e o mundo dos 5% em: O Homem Invisível...

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quarta-feira, 26 de maio de 2010

Que sociedade? Quais humanos?

[...]”A ciência e a técnica aparecem como uma benemerência pelo valor moral que outorgam aos seus cultores, e, muito naturalmente, e com mais forte razão, aos patrocinadores. O laboratório de pesquisa, anexo à gigantesca fábrica, tem o mesmo significado ético da capelinha outrora obrigatoriamente eregida ao lado dos nossos engenhos rurais.”
Álvaro Vieira Pinto





[...]”os novos métodos de trabalho são indissociáveis de um determinado modo de viver, de pensar e de sentir a vida; não é possível obter êxito num campo sem obter resultados tangíveis no outro.
[...]”o significado e o alcance objetivo do fenômeno americano, que é também o maior esforço coletivo até agora realizado para criar, com rapidez inaudita e com uma consciência do objetivo jamais vista na história, um tipo novo de trabalhador e de homem. A expressão ‘consciência do objetivo’ pode parecer pelo menos espirituosa a quem recordar a frase de Taylor sobre o ‘gorila amestrado’. Com efeito, Taylor expressa com brutal cinismo o objetivo da sociedade americana: desenvolver em seu grau máximo, no trabalhador, os comportamentos maquinais e automáticos, quebrar a velha conexão psicofísica do trabalho profissional qualificado, que exigia uma certa participação ativa da inteligência, da fantasia, da iniciativa do trabalhador, e reduzir as operações produtivas apenas ao aspecto físico maquinal.”

Antonio Gramsci


Que sociedade? Quais humanos?

As duas passagens acima dos autores referidos, dialogam com o contexto no qual optei por refletir nestas palavras. Mas, para tanto, considero necessário apresentar uma questão introdutória para a compreensão lógica destas palavras. Assim sendo, trago a questão da centralidade da organização humana através do seu trabalho exercido, na transformação do humano com a natureza e nas relações entre eles. Ora, se o ser humano se organiza conforme suas condições e relações de trabalho, entendendo todas as formas de atividade humana e sobrevivência como trabalho, então, o sistema em que o trabalho se organiza influencia diretamente nas relações humanas.
Desde a construção moral, passando pelas formas sentimentais (ou de espiritualidade humana), até as formas mais materiais de relacionamento inter-subjetiva.
Com isso, reporto-me à passagem de Álvaro Vieira Pinto, onde o autor traz a técnica disfarçada de tecnologia, também como atributo de valor moral, ou seja, um construto de um pequeno grupo dominante que existe e sempre existiu ao longo dos processos de rompimento político-histórico, e que à grande massa aparece como uma espécie de “benfeitoria” para a melhoria da qualidade de vida humana.
Desta mesma forma, Gramsci, na passagem relacionada, traz o projeto de organização de trabalho que enraíza na organização de vida humana. O processo de industrialização pediu ao longo da sua implementação, que os trabalhadores fossem seres humanos caracterizados como um “novo homem”. Aquele que Ford e Taylor queriam que produzisse cada vez mais, com cada vez menos intervenção espiritual sobre a produção. E isso refletiu-se também nas relações sociais. Nos tratos humanos, nas condições de agrupamentos destes, nas perspectivas morais, nas formas e modelos de vida que sustentassem o perfeito funcionamento das engrenagens de produção.
Ao longo do século passado, algumas contradições foram sendo externalizadas e sucumbindo aos processos produtivos, pois a fórmula “gorila amestrado” apresentou-se e apresenta-se até hoje, com picos de resistência social, não sendo assim tão fácil sua implementação, pois as contradições alavancam acima de qualquer coisa, um motor de luta que alimenta um processo de resistência humana às mais diversas formas de coerção e opressão. Em torno disso, os mentores da engrenagem da técnica do capital, perceberam que alguns conflitos podem ser utilizados ao seu favor.
Dito isto, podemos perceber diversos movimentos de confusão das lutas sociais, pois o que era tratado como inimigo, hoje é internalizado no discurso do capital, e devolvido aos trabalhadores e à sociedade, de forma assimilada. Por exemplo: o sistema produtivo percebeu que falar em diversidade é necessário, pois a sociedade pede por direitos, pede por igualdades, pede por sustentabilidades, pede por específicas liberdades humanas. Assim, por sua vez, a publicidade do sistema do capital opressor, trata hoje, de discursar sobre estes temas e parecer que o velho capitalismo malvado de outros tempos, hoje importa-se com os seres humanos e com sua integridade física e moral.
Hoje, muitos discursos se confundem com lutas sociais históricas, pois alguns bancos privados falam em “mundo sustentável”, ao passo que se o mundo fosse sustentável, seus motores parariam de funcionar. Assim como a questão das mulheres. Foi-lhes “permitido” o direito de trabalhar e ser mãe, mas ainda recebem muito menos que os homens, e geram diversos problemas com referência à gestação. O que gerar demora, ou desperdício ao lucro, é problema de produtividade, e por sua vez, é crise financeira no mundo dos grandes dragões.
Hoje, o capitalismo veste exatamente do discurso das lutas sociais, para amenizar suas brutalidades, como refere-se Gramsci, e possibilita que nasçam alternativas, que, à primeira vista, parecem sensatas. O debate sobre a “terceira via”, é um deles. Ameniza a ira do capitalismo selvagem, acalma movimentos sociais e devolve à sociedade um capitalismo disfarçado de “bonzinho”.
E assim, as relações sociais e o trato dos seres humanos vai acompanhando a lógica. Assim, os conflitos e as contradições vão se dando, e os discursos nas mais diversas comunidades do globo, vão sendo conduzidos pelas massas que necessitam da organização do trabalho para tirar seu sustento de vida.
Desta forma, o lugar onde alguém não se coloca, no vácuo é que não há de ficar, pois certamente algo planejado para ali, já está.

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terça-feira, 4 de maio de 2010

Um dia você vai servir à alguém...


Dedico esta música aos que utilizam seu poder para alimentar doenças...

Você pode ser rei no país do futebol
Pode ser viciado em bingo e nunca ver a luz do sol
Você pode ser um mago e vender livros de montão
Pode ser uma socialite, enriquecer vendendo pão

Mas um dia vai servir a alguém, é
Um dia vai servir a alguém
Seja ao diabo
Ou seja a Deus
Um dia você vai servir a alguém

Pode ser incendiário e fazer um índio arder
Você pode ser o índio vendo a chama acender
Pode ser um bom ladrão, pode ser um mau juiz
Pode ter um passado limpo, pode ter uma cicatriz

Mas um dia vai servir a alguém, é
Um dia vai servir a alguém
Seja ao diabo
Ou seja a Deus
Um dia você vai servir a alguém

Você pode estar na mídia sem saber porque
Você pode ser dono de uma rede de TV
Você pode dar o fora tendo tudo pra ficar
Adotar um nome diferente, você pode mesmo se isolar

Mas um dia vai servir a alguém, é
Um dia vai servir a alguém
Seja ao diabo
Ou seja a Deus
Um dia você vai servir a alguém

Você pode trabalhar na construção civil
Pode estar desempregado, com a vida por um fio
Você pode ter poder, fazer coisas que ninguém fizer
Pode ter mulheres numa jaula, pode ter as drogas que quiser
Mas um dia vai servir a alguém, é
Um dia vai servir a alguém
Seja ao diabo
Ou seja a Deus
Um dia você vai servir a alguém

Você pode desejar a cura com Lacan
Você pode procurar os serviços de um xamã
Você pode ser um pregador, chutar os santos do altar
Você pode ter um bom discurso, você pode nem saber falar

Mas um dia vai servir a alguém, é
Um dia vai servir a alguém
Seja ao diabo
Ou seja a Deus
Um dia você vai servir a alguém

Você pode ser demente, pode ser doutor
Você pode ser sincero, pode ter rancor
Você pode ser um crente, você pode ser ateu
Pode ser um leitor vaidoso ou uma miss que nunca leu

Mas um dia vai servir a alguém, é
Um dia vai servir a alguém
Seja ao diabo
Ou seja a Deus
Um dia você vai servir a alguém

Você pode ser turco, pode ser nissei
Pode estar ali na esquina, estar onde jamais pensei
Você pode me adular, você pode me esquecer
Você pode estar me ouvindo agora, você pode mesmo nem saber

Mas um dia vai servir a alguém, é
Um dia vai servir a alguém
Seja ao diabo
Ou seja a Deus
Um dia você vai servir a alguém

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sábado, 1 de maio de 2010

1º de maio - dia do Trabalhador


Pronunciamento do Presidente sobre o dia de hoje.

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Eu não entendo gremistas...


De tanto não entender qual a razão filosófica que leva um gremista a ficar mais feliz por ver o Inter na maior merda, do que a felicidade de ver o Grêmio ganhando, já me peguei pensando em fazer um dia uma pesquisa sócio-antropológica sobre isso.


Daí me lembrei que pesquisas sem relevância social vão para a lata do lixo...


E tirei essas ideias imbecis da cabeça...


ehheheheheheeh

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sexta-feira, 23 de abril de 2010

Sobre futebol e política


Para situar, este comentário meu foi feito num grupo virtual de movimento estudantil, na semana em que o Flamengo perdeu para o Botafogo, onde rolaram alguns comentários politicamente "incorretos", bem como e-mails dizendo que na lista não deveria ser debatido futebol...

___________

Falar de futebol em lista política pode não ser o local certo para o debate, mas essa história de tratar o futebol como lazer alienado e dissociado de política só afunda cada vez mais essa merda. (perdão a expressão)

Futebol se discute sim.

Mas não se o Botafogo é melhor que o Flamengo, ou se o técnico do Corinthians é um tonto e não deveria ter escalado o fulano ou o ciclano apenas....

Se discute que Futebol é um antro de corrupção neste país, se discute pq o transformaram num esporte completamente mercenário, se discute pq nos estádios temos centros de conservadorismo
machista semi-selvagem e que as torcidas criam a cada época novas músicas ridículas que "enfiam o pau no cu de alguém", ou que um time é ruim pq tem jogador "mulherzinha"
ou que o juiz é tão podre que é um "filho da puta"...

Me irrita essa separação do futebol e da política, porque parece que trazer para o debate uma nova cultura política, novas formas nas relações sociais, novas maneiras das pessoas se tratarem umas as outras, nada parece dizer respeito, quando o assunto é o "sagrado e intocável futebol".

Como se futebol fosse capaz de unir os democratas e os p-sol num mesmo grito, e como se de clubes brasileiros, não nascessem políticos que vão parar no congresso nacional. Mas futebol e política não se misturam ou não se discute, para a torcida... pq para os dirigentes e as grandes empresas patrocinadoras, se misturam sim.

E para quem possa achar que eu estou sendo demagógica, de falar em nova cultura de relações sociais, digo que já bati boca de verdade no meio da torcida do inter por causa de gritos machistas e homofóbicos... e ouvi de um amigo louco de vergonha: "ah tá, vai querer politizar uma torcida em dia de final???"

É claro que não vai dar pra politizar uma torcida em dia de final, enquanto 80% da torcida é composta por homem e enquanto quem é de esquerda não ajuda, estando lá dentro da manifestação oral semi-selvagem e agressiva, separando o futebol do trato humano. Ou seja, o cara reproduz aquela chuva de xingamento que agride alguém (geralmente coisas que vem das mulheres e dos gays...), e quando sai do estádio reincorpora o personagem da esquerda que não diz palavras politicamente incorretas...

Daí é hipocrisia né...

Falar palavrão tá valendo, até pq ninguém é de ferro... mas se forem parar pra prestar atenção, o xingamento mais forte e veemente é o que detona as ordens "femininas e homossexuais"...

Por isso eu continuo enchendo o saco, QUE FUTEBOL SE DISCUTE SIM!!!

Inclusive se o assunto for o mar de lamas financeiro que banca toda a safadeza da antiga e velha prática coronelista política que é também reproduzida em Clubes...

E tem mais, eu sou colorada, sócia, vou em estádio, jogo futebol toda segunda de noite e gostaria de saber qual é o dia que vai ser instituído futebol feminino no horário nobre da Globo??????????????????????????????????????

Sabe o que o mesmo amigo me disse??? "Ah, futebol feminino na Tv não passa pq não tem graça..."

Descobri pq não tem graça... pq as mulheres não são violentas... e coisa sem violência não tem emoção né. Me poupeeeeeeeee.

Beijo pra todo mundo aee, e para a galera de esquerda fanática pelo seu time, um pedido: prestem atenção no que gritam enquanto assistem um jogo... já que mudar as cantigas de estádio que pegam igual gripe não é possível mudar...

O juiz pode deixar de ser um filho-da-puta, para ser apenas um homem muito ladrão... ehehehhehehehe

Afinal, ter mãe é bom, até mesmo quando se é juiz de futebol.

abraço...

Ingrid
Gravataí-RS

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quinta-feira, 15 de abril de 2010

O ônibus e eu...


Toda vida que andei muito tempo de ônibus, me pegava imaginando coisas. Foi assim quando ia para a Unisinos e está sendo assim quando vou à UFRGS.

Aqueles quarenta minutos até chegam a ser sagrados. Não durmo, não leio, não converso. Só penso.

Não consigo parar de pensar um minuto em milhares de coisas que tenho a fazer e outras milhares de gostaria de fazer.

Pode até parecer bobagem, mas sempre foi neste momento, que sonhei muita coisa. Daquelas que se sonha acordada.

Pois sonhar em casa; não rola, sonhar na rua; tem muito movimento, sonhar quando está dormindo; não é sonho, é associação livre e portanto não conta, sonhar vendo novela; sem palavras, sonhar na hora de comer??? Sonhar durante uma conversa - talvez - uma aula - sim!!! - mas há de voltar à Terra para se concentrar - sonhar antes de dormir??? - pego no sono...

Nessas aí que já me dei conta que preciso daquele momento. O meu momento de sonhar, de analisar coisas. De avaliar relações, posturas, pensamentos, conceitos, coisas a fazer, coisas não feitas, coisas mal feitas... enfim...

Se não tivesse mais esse momento do ônibus... acho que minha vida perderia um pouco de qualidade... perderia abstração, perderia várias coisas que os outros momentos exigem certa rigorosidade metódica... e lá no ônibus tudo é livre... minha cabeça se liberta no Sogil... ehhehehehehehe
Se perdesse esse momento, certamente teria que recriá-lo em outro espaço e outras ocasiões.


Nunca me esqueço das inúmeras vezes que ficava pensando como seria meu primeiro dia de aula como professora... isso rendeu muito pensamento pra manga...

Ih, no Sogil já fiquei muito triste também. Naquelas horas fatídicas que a gente imagina como reagiria à morte de pessoas queridas e à própria morte. Até já chorei imaginando. Já viajei para alguns lugares do mundo no Sogil também. Ou ao menos pensei em planejar.

Pode parecer loucura, mas gosto muito dessa parte da rotina. O ônibus. O pensamento.

Claro que não preciso nem dizer né... o pensamento flui porque se trata de um ônibus confortável e silencioso... e isso me entristece. Pois quem pega aqueles ônibus lotado horríveis, apertados e desrespeitosos, não conseguem sentir talvez isso que eu sinta numa linha (carérrima) de Gravataí a Porto Alegre...

Não vou nem entrar no mérito do valor da passagem senão já me irrito e perco a linha do raciocínio sobre a filosofia de ônibus...

Mas é isso. Se um dia alguém me encontrar no ônibus, me dá oi e não passa a viagem inteira puxando assunto, pois é hora de filosofar... eheheheheheheeh

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quinta-feira, 25 de março de 2010

Pra minha mamãezinha...

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quarta-feira, 17 de março de 2010

Música Universitária


Minha nossa, agora inventaram o "pagode universitário"... será que é tocado com instrumentos universitários?? E o microfone, é usado aquele universitário também? Fico imaginando a dificuldade de encontrar uma caixa de som universitária para o som ficar mais potente, pois os ouvidos universitários gostam de som bem alto, além é claro, do pandeiro universitário e do bandolim universitário. O foda é que as banquetas universitárias são raras, é bem difícil de encontrar, aí os músicos tem que cantar universitariamente de pé... mas acho que lá na universishop deve ter...

Além disso, o sertanejo universitário também tá em alta... nessa modalidade, se pode usar chapéus universitários de cowboy universitário, regado com uma boa música interiorana universitária. Mas universitária, vejam bem, nada dessas coisas brega de sertanejo de verdade, pois afinal, é UNIVERSITÁRIO.

Quem não for universitário, que escute música brega, pois os universitários só escutam coisas boas, coisas de universitários..

Que coisa ridícula, agora pra diferenciar o pobre do rico que pensa que é rico mas não é, se utiliza o termo "universitário"...

Sim, porque pobre jeca que escuta sertaneja não vai à universidade. Mas classe média que pensa que é rico, e ricos propriamente dito, vão à universidade. Logo, se escutam a mesma música, precisam ser socialmente diferenciados, pois senão pega mal...

Óh, presta atenção: Vitor e Léo, pode. Tonico e Tinoco, não pode. Ok?

Se não tiver esse termo no estilo musical que antes era coisa de pobre, tipo, pagode, sertanejo, buenas... se não tiver essa palavra, cuidado!! Você pode estar ouvindo músicas de pobre! Uau!! Já pensou, o que teus amiguinhos vão pensar de ti?

Afinal de contas, estilo musical também tem classe social...

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quinta-feira, 4 de março de 2010

Mulheres...


Gostei muito deste texto e copiei um trecho dele aqui... quanto mais leio estas coisas, mais não me aguento diante de determinadas situações que me oprimem com consciência.

Talvez na época que era oprimida sem consciência a vida era mais fácil. Porém, amadurecer a consciência para determinado tipo de coisa me faz sentir cada vez mais livre.


...Efetivamente, nada é por acaso. Histeria, menopausa, TPM, situações geralmente médicas, são tratados como verdadeiros atestados da inferioridade física, moral e social da mulher. Mais um preconceito a ser derrubado. Afinal, cabelos de homens também branqueiam, homens também podem ser histéricos, sofrem com mudanças hormonais e possuem ciclos não tão visíveis quanto a menstruação. O que muda é o tratamento dispensado.

Passa da hora de nos convencermos que podemos viver e envelhecer com dignidade. Que a condição feminina tem caracterrísticas próprias, não defeitos ou imperfeições. Passa da hora de reagirmos aos rótulos preconceituosos e os alimentarmos. Não precisamos ouvir, a cada vez que contrariamos alguma ordem estabelecida, reclamamos de injustiças ou reivindicamos nossos direitos, a pergunta canalha:
Estás com TPM?

Regina Abrahão

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quarta-feira, 3 de março de 2010

Divulgando...

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quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Lindas e lindos de 2008 - Um abraço de urso!!


Tem momentos que eu fico dias sem escrever... e outros que escrevo diariamente...

Descobri que tem sinal de internet aqui onde eu estou... que ruim... hehehehe

Ontem estava prestando atenção nos meus recados do orkut e nos depoimentos...

Me bateu uma sessão nostalgia...

Começou a doer de novo a saudade da gurizada de 2008... e às vezes é preciso expressar para não passar despercebido.

Pois de tanto passar despercebido, um dos alunos que muito gostava, se foi...

E não quero que os outros passem assim também, ou que eu passe, sem que tenham consciência do quanto foram e ainda são importantes para mim.

Estava relendo meus depoimentos no orkut, e fiquei impressionada com o carinho que essa galera toda tem. Não sei nem se tenho capacidade de retribuir tanto, pois são extremamente abertos a declarações e tem muito mais facilidade de demonstrar sentimentos que os adultos.

Não é a toa nem é por nada que é nessa juventude que eu acredito e confio um caminho mais otimista para a humanidade.

Eu amo todos vocês.

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segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Altos papos...


Eu deveria ter mais paciência com alguns assuntos...

Mas eu não tenhooooooooooooooooo!!!!!

Se alguém quiser me excluir de uma roda de conversas, por favor, comece a falar em roupas, bijouterias, na sandália que a fulaninha comprou e na sandália que a prima da fulaninha queria comprar, ou no corte de cabelo da amiga da fulana, que é o último grito da moda, ou então na cor do esmalte da Godofredaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa!!!!!!!

Ai que sacooooooooo!!!

Daí a pessoa se desloca pra roda dos meninos... (pq é assim, a roda dos meninos e das meninas)

A pessoa não aguentou os papos da roda das meninas... e tentou se sociabilizar na roda dos meninos...

E???

E fica ouvindo que o técnico do Inter não deveria ter escalado o João do Caminhão...

Tá, eu sei que generalizar é feio... mas a grande maioria das vezes é isso que acontece...

Não que eu não goste de futebol ou não goste de colocar uma roupa que me sinta bem e tal...

Não que eu nunca fale nisso ou nunca assista novela, mas...

É que puxa vida... que saco!!!

Procura-se uma roda para gente estranha como eu...

Quem dera se a galera quando se reunisse, ou falasse muita merda ou falasse coisas importantes para o mundo... porque futilidade me irrita...

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sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Novamente ela... a hipocrisia...


Organizando o caos mental...

Que coisa não.
Sim, que coisa, sim...

Eu acho que vou escrever uma novela... mas com personagens fictícios, sem nenhuma relação com a realidade – será que existe isso? Claro que não!! Eu queria produzir um documentário. Mas sabe, tem tanta coisa que nem sei como começaria. Já pensei mil vezes em fazer um. Poderia se chamar: “hipocrisia”.

Acho que a palavra que mais abomino chama-se hipocrisia. Por trás da hipocrisia existem tantas mazelas... tanto disfarce, tanta história pra boi dormir, tantas repressões, tantos simbolismos e significados de sentimentos ocultos ou então tanta moral de cueca... tanta mas tanta...

Olha o que o wikipedia disse (apesar de eu não confiar muito nele...)
A hipocrisia é o ato de fingir ter crenças, virtudes, ideias e sentimentos que a pessoa na verdade não possui. A palavra deriva do latim hypocrisis e do grego hupokrisis ambos significando a representação de um ator, atuação, fingimento (no sentido artístico). Essa palavra passou, mais tarde, a designar moralmente pessoas que representam, que fingem comportamentos.


A hipocrisia social me enoja mais ainda, pois a coisa vai se massificando e o discurso comum acaba por ser uma falácia da porta pra rua. O discurso comum não traz o discurso para dentro de casa, nem tampouco ultrapassa as portas do quarto até a sala... a hipocrisia consome pessoas vivas, pois ela é um ser morador do interior da cabeça de cada um.

É difícil lutar contra ela, contra si próprio, mas ao menos dá pra ser humilde de vez em quando e tentar não deixar a hipocrisia contaminar demais o discurso. Agora, tem gente, que não só não controla o discurso como ainda infla o discurso hipócrita dos outros.

O que eu chamo de hipocrisia hoje, não sei como chamarei quando deixar de ser jovem. Pois às vezes quando a pessoa amadurece, vai vendo que alguns conceitos eram radicais demais, e começa a revê-los. Eu espero cada vez ser alguém melhor, mas tenho minhas dúvidas sobre minha tolerância com a hipocrisia que contamina relações, mata gente, difama inocentes e de presente traz miséria moral e material aos seres da Terra.

Cabe dentro da hipocrisia, tanta coisa, que poderia ser o lixo da Terra.

Nesse momento da minha vida, ainda acredito que o ser humano tem ímpetos de coletividade acima dos de individualidade.

Não sei se pensarei assim sempre. Essa visão, é, acima de tudo, uma visão otimista de esperança. Será que eu vou pensar sempre assim? Óbvio que o pensamento se transforma ao longo do tempo, mas sobre esse tema, tenho minhas dúvidas.

E como militância política ainda é um tema romântico pra mim, tem muita água pra rolar embaixo desse rio até que possa afirmar “esqueçam o que eu escrevi”...

E quanto a isso, espero nunca chegar a esse ponto da decadência ideológica.

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terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Palavras apenas...


Se as palavras escritas em um texto tivessem um poder de demonstrar sentimentos, hoje elas sairiam com um visual cinza e cheias de envergaduras para baixo, como se estivessem se derretendo, se decompondo. Assim sairia um texto meu, ainda que falasse de política, de futebol ou de religião.


Pois nem tudo que se fala, é. Por trás da palavra amor, pode não estar escrito amor. E por trás da raiva, pode estar algum amor.

E como descobrir?

Na dúvida, é bom ler o que está escrito. Ao menos até que se tenha o poder de desvendar uma palavra.

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domingo, 17 de janeiro de 2010

Mais do mesmo ... do mesmo discurso...


Estava vendo há pouco um documentário sobre a Bolívia, e óh... "BAH"! Como diz o Kraunus, maestro do Tangos e Tragédias... isso aqui não é a Sbórnia mas BAH!

Tem coisas que ao longo da vida vão se modificando, outras se transformando, outras a gente mantém como era do princípio, e assim os processos de descoberta e de contradição vão se dando...

Mas tem uma coisa que quanto mais o tempo passa, mais se consolida. É a ditacuja LUTA DE CLASSES. Puxa vida, que coisa mais "tão tão" parecida em qualquer lugar que se vá. Especialmente aqui na América Latina, que coisa forte é o discurso da classe dominante e o discurso da classe historicamente oprimida. E que coisa mais deprimente que é a classe oprimida que internaliza o discurso dominante e se acha o verdadeiro burguês...

Não precisa fazer profundas análises, vou me pegar em apenas um aspecto: o documentário mostrou o discurso de pessoas contra Evo e a favor de Evo. Poderia entrar em mil comparações, mas a estética foi a mais gritante. Os a favor entrevistados eram índios e os a contra eram bolivianos brancos. Óbvio que esta comparação aos poucos vai se espraiando na miscigenação ao longo da história, mas por hora, foi simbólico demais. Teve até um cara que disse que esse negócio de ficar puxando na história o sofrimento que os povos pré-colombianos tiveram com os espanhóis, era coisa do passado. Tava na hora de todos se juntarem, pois espanhóis e índios, são todos iguais... ehehehe... todos iguais uma baita duma ova, tava lá ele, discursando contra o Evo e ignorando a história do país. Nessas horas "somos todos iguais"... boa essa.

O mesmo vivi na Venezuela. O povo nas ruas num pronunciamento público de Chavez a favor do Sí pela reforma constitucional eram misturados, eram negros, eram índios, eram brancos, eram tudo. A meia dúzia de gato pingado nas estações do metrô com cartazes pelo No e escritos comparando Chavez à um grande ditador que reprime a "liberdade de imprensa", eram meninas loiras de chapinha e meninos universitários bem vestidos.

Não se trata aqui de fazer generalizações infantis nem tampouco por estereótipos, mas existe um simbolismo por trás de tudo isso.

Espero ainda estar viva para ver uma misturança tal, que na entrevista entre contra e a favor os projetos socialistas, não fique assim tão evidente pelo visual, do que estamos falando quando relacionamos luta de classes historicamente construídas e tão fortemente consolidadas.

O triste é que tem uma galera que é da classe trabalhadora e discursa a favor do capital.

Tá cheio de gente ralada nesse mundão dando inchaço no discurso capitalista.

Só aqui no meu bairro, nem se fala... um monte de gente que se rala trabalhando, é explorado, usado, abusado, e ainda assim defende seu algoz...

Mas não digo isso com pessimismo, pelo contrário, só mostra que temos inesgotáveis lutas e diálogos para travar.

Para encerrar, digo que o documentário me emocionou por ver um número cada vez maior de gente do lado "oprimido" da força... isso dá injeção de ânimo.

E por outro lado, me convenço cada vez mais, e posso estar redondamente enganada, mas me convenço cada vez mais que não se deve perder tempo travando debates com quem incorpora o discurso da direita com unhas e dentes, e é explorado até não poder mais. Essa classe média que acha que é burguês, e forma opiniões por aí afora, só atrapalha a luta e não enxerga que é só mais uma peça da engrenagem.

O poder que vai emergir de verdade, vem do povo, e não do povo que não se considera povo...

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