terça-feira, 22 de setembro de 2009

Dúvidas...



São tantas dúvidas...

De qualquer forma elas me fazem bem.

Me movem a buscar sempre mais.

Se não fossem elas minha vida não aconteceria...

Não teria nem sequer o que pesquisar, o que instigar, o que melhorar, o que libertar...

Coitados dos que pregam certezas...

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segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Personificação das coisas e coisificação das pessoas


Essa frase foi ilustremente utilizada pelo professor Gaudêncio Frigotto, numa excelente explanação feita na UFRGS esses dias.

Abre um leque de debate muito rico.

Poderia falar mil coisas sobre essa pequena frase, mas nesse momento me ocorreu ressaltar uma:

As marés intermináveis de pessoas com seu senso crítico decepado da cabeça aos pés. Que aumentam a cada dia.

Que não nasceram hoje. Se arrastam desde a inquisição.

E agora, ao mesmo tempo que o capital prega a liberdade de tudo (veladamente, pois livre mesmo é só o $$$$$), temos concomitantemente a pregação protestante.

E nessas vertentes, olha a grosso modo, quanta coisa se confunde:

Da ética protestante nasceu o sistema econômico vigente.
E do sistema econômico vigente, nasceu o discurso da "liberdade". Ainda que o discurso da "liberdade" seja estritamente econômico, às vezes ele se "falsea" e diz que o "povo deve ser livre!" Ok, livre pra consumir. Trabalhar para poder pagar o que produz. No meio desse engodo, o discurso da "liberdade" foi tomando outras rédeas... e não é que alguns povos ou partes desses grupos de explorados resolveram que a "liberdade" também deveria estar citada nos direitos, ir e vir, relacionar-se com quem quiser, deixar de ser a piada da turma por conta de sua cor ou condição financeira, e por aí vai?

E no meio do engodo se viu que tinha muita gente pregando "liberdade"... mas não era aquela que se pensava... liberdade que se pensava poderia estar restrita especificamente ao comércio de riquezas e exploração de mão-de-obra que estaria tudo bem...

E da mesma ética protestante... nascem grupos que pregam o total enquadramento humano nos moldes "homo obedientus"... (que bonito, inventando palavra em latim!!)

Convenhamos, o "homo obedientus" existe desde que um hominídeo descobriu que com um pedaço de osso ele poderia oprimir outro...

Só que cada vez mais os pedaços de ossos não são tão violentos assim, eles cada vez mais agem nas estruturas da sociedade...

Que nó, né?

Mas era isso.

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sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Diretamente do Reino Encantado da Hipocrisia, na terra de Tão Tão Perto...


Era uma vez...

O Reino Encantado da Hipocrisia começa a fazer sentido para mim. Antes não tinha muita paciência com o Reino Encantado da Hipocrisia, só era capaz de forma pragmática, de achar que a hipocrisia era uma escolha...
Bom, não deixa, de certa forma, de ser. Mas de repente o que acontece é que é uma escolha velada. O exercício do desvelamento dessa hipocrisia não se dá assim de forma tão fácil e muitas vezes nem se dá.
Na terra de Tão Tão perto, geridos pelo reinado absoluto das majestades encantadas da hipocrisia, acontecem coisas que verbalizando ninguém acredita. Ou até mesmo se duvida. Isso quando não passa batida e ridicularizada como “teoria da conspiração”, para os mais simplistas...

Pessoas passam a vida a controlar pessoas, e a forma mais violenta delas é o controle moral, que depois às vezes se exterioriza até em controle violento físico. A moral sempre esteve a serviço de um grupo minoritário que controlou um grupo inúmeras vezes maior. Na verdade, quando falo em moral, estou falando de um instrumento constitutivo da conduta humana daquele grupo ou local, que por muitas vezes faz os mais variados pensamentos individuais se tornarem uma fronta à felicidade. Felicidade essa, que tanto pode ser individual ou coletiva. Não se trata de classificar que moral é boazinha ou que moral é má, mas sim, de detectar a quantidade de gente da terra de Tão Tão Perto, que sofre o resultado de dívidas cruéis do Reinado das Majestades Encantadas.
No Reino Encantado da Hipocrisia, acontecem coisas interessantes. Nada tão individual e nada tão coletivo. Tudo na mais profunda desarmonia, porém, num caos organizado. Acredita? Na terra de Tão Tão Perto o caos é organizado. O caos tem hierarquia, regras, leis, ordens, normas, etc. A grande novidade desse pedaço de terra em meio aos demais Reinos, é que a ordem do caos confunde a cabeça dos plebeus, a ponto deles pensarem que o caos não existe. E digo mais, a maioria dos plebeus repetem feito papagaios que esse papo de que tem caos no reino, é coisa de quem não tem mais o que fazer. Tem plebeu que diz que os mais miseráveis são assim por escolha, pois se pegassem numa enxada teriam o que comer.

Mas além disso tudo, tem outras coisas interessantes nessa terrinha tão curiosa Olhem só: tem escola nos arredores do reino. As majestades gostam de dizer que a plebe tem direito à educação. O curioso é que os assuntos que os professores ensinam para os filhinhos da plebe não significam quase nada para eles. E sabe do que mais? Muitos dos professores receberam esta mesma educação, não aprenderam quase nada, e hoje repetem tudo aquilo que não aprenderam, para os seus alunos. Lá em Tão Tão Perto se faz um estudo por um tempo, onde dizem que as pessoas saem aptas ao ofício de professor. O ofício de alfaiate, em grande parte, se aprende tendo um equipamento e aprendendo a meter a mão na massa.

Eu gosto de estudar esse Reino, porque ele tem política para tudo. Até mesmo quando não tem.

Olha que interessante: no Reino Encantado da Hipocrisia, as minorias são as maiorias. Como isso? É bem simples. O poder das majestades sempre esteve ameaçado. Em torno dessas ameaças, esse pequeno grupo convenceu o grande grupo, que eles eram minorias. As mulheres plebeias tem mais de 50% da população e são chamadas de minoria, os plebeus que foram roubados de outro continente para trabalhar de graça são hoje grande parte da população de Tão Tão Perto e são chamados de minoria, as pessoas que tentam externalizar suas mais variadas formas sexuais de relacionamento são chamadas de minoria, como se as majestades fossem assexuadas.

Ih, o Reino Encantado da Hipocrisia tem tantos elementos interessantes e contraditórios, que não vai caber num relato só.
Viajo todos os dias para conhecer um pouco mais desse Reino e dessa terra, e a cada dia faço uma descoberta diferente.
Entre essas descobertas, conheci as mais variadas formas de resistência e transformação do mundo vivido pelos plebeus. Essa parte da história é bem legal. Ficam para as cenas do próximo capítulo...

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