domingo, 5 de maio de 2013

Ser humano, a dor não tem cultura, nem cor, nem religião

Olha, em geral eu fico indignada com a quantidade de compartilhamento de imagem cheia de sangue e tragédias mil no face. Só que tem uma diferença entre o morbidismo exagerado de algumas pessoas que compartilham isso, e a necessidade talvez material de que a humanidade veja o que está acontecendo a cada respirada que damos. Puxa vida, preciso concluir uma aula sobre Guerra Fria para amanhã e aqui estou eu, aos prantos. Porque não tem como não chorar de raiva, de impotência, de nãoseiquesentimentoexpressar, ao ver imagens de pessoas (SIM, PESSOAS! E NÃO NÚMEROS!) sendo mortas por uma ideologia PODRE que nos damos ao trabalho de copiar mundo afora, defender com unhas e dentes sem desafiar o fluxo perfeito.
Que diferença há entre este pai e filho palestino e o pai e filho europeu? Norte-americano? Que diferença de sentimento pode haver entre doer mais em uns do que em outros? A dor da morte está em qualquer cultura, em qualquer religião, em qualquer território, em qualquer espaço!!!!

Estou aos prantos, a quem se importa!!!!
E muito mais me irrito com discursos neonazistas disfarçados de "caçadores de liberdade de expressão" de alguns de meus amigos do facebook e da vida real também!!!!  Precisa narrar o que acabou de acontecer nessa sequência de fotos na loucura dos soldados perante o povo palestino? Ele tenta desviar. Mas não consegue. O que faz esta criança agora? Liga para o 0800 da ONU?

Se você treme de indignação a qualquer injustiça em qualquer lugar do mundo, então somos companheiros! (Sem créditos, é de propriedade internacional e irrestritamente de direito a quem se importa)




"Ninguém nasce odiando outra pessoa por causa da cor de sua pele, da sua origem ou da sua religião. Para odiar, é preciso aprender. E, se podem aprender a odiar, as pessoas também podem aprender a amar."
Mandela

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A disciplina do desejo

Domingo, solão, dia lindo. Eu acordada desde tão cedo, e já na ativa, já no mate. E por dentro um sentimento incrível de "preciso terminar de corrigir esse monte de coisa duma vez, clausura tem limite!" Por outro lado, um balãozinho dizia: "não sei o que pode haver de masoquismo nisso, mas eu sinceramente adoro esta função de passar tanta clausura pensando aula, corrigindo coisas. Botando elas em dia. Será que isso passa ou é coisa de principiante?"


Enquanto isso, na Sala da Justiça, fui buscar um livro para montar meu "canto da prô da flor amarela", e encontrei um livro de poesias. Putz. Dado momento da vida (já bem tarde), descobri que a atriz que eu pensava ser global e por si só já tacharia de mil coisas, nada mais é do que uma das mais antigas e belas mulheres que ousaram escrever eroticamente, ousaram desafiar o machismo, ousaram usar palavras proibidas, ousaram dizer que mulheres sentem tesão, desejo, loucuras. Descubro que sua inspiração era Manuel Bandeira, Maiakovski, Neruda Drummond, García Lorca. 
A preconceituosa podre, era eu, que não sabia de nada disso. E lê-la, me fez perceber que ela tem sensações muito parecidas com as minhas. Serão sensações de mulheres? Ou será que apenas algumas se identificam? Não sei. Só sei que ela falou por mim pelo menos em boa parte das suas páginas. Desde desejos, até imaginações, amor, paixão, atração, tesão, outras "mundanices" que toda mulher sente e não fala, enfim, muitas coisas misturadas. O livro era de um sebo. Velho. E de repente, o descubro novo para mim.
Ousada, livre, aberta, erótica, inteligente, de uma sensualidade pura e não estereotipada, eis a Bruna no meu Blog com tudo que ela tiver direito.

Tinham tantas que eu queria copiar aqui.

"Caso

Pode ser mais um capricho
pode ser uma paixão
pode ser coisa de bicho
pode não

pode ser já por destino 
pelos astros, pelos signos,
por uma marca, uma estrela
talvez já tivesse escrito
na palma da minha mão

talvez não

talvez até nem fique
nem signifique nada
nem me arranhe o coração
pode ser só uma cisma
pode estar só de passagem

ou não."
___________________________________
"A disciplina do desejo

não, não se doma o mar
como não se doma a vida
como não se domam os efeitos
dos raios gama sobre a superfície
acetinada do teu beijo.
Estamos sujeitos às marés
aos ventos, ao tempo, temperaturas
é inútil tentar
a disciplina do desejo.

Tentei domar meu sentimento
a inconstância do meu temperamento
volúvel como são as lágrimas
mas não sou tão vulnerável
às vazantes, desígnios, latitudes
aos ciclos e à força do mistério

tentei domar, disciplinar
não consegui
cedi na primeira noite enluarada
no fundo do quintal, atrás da caixa d´água."

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