terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Contradições

Vivemos num sistema global tão milimetricamente medido, que nenhum país pode dançar uma música diferente da ordem. Soberania nacional não tem sentido, é um conceito líquido nos dias de hoje. Um país só não faz primavera. Impulsiona outros a levantarem-se. Mas são engolidos em pouco tempo novamente.
Os últimos conflitos internacionais só nos mostram o que a história da humanidade mostrou até hoje quando privilégios dos grandes estão em disputa: o sangue que derrama é da classe trabalhadora.
Até aqui tudo óbvio.
E se fosse o Brasil?
Se a pessoa não defender guerra civil e derramamento de sangue em troca da tentativa de romper turbilhões de amarras capitalistas ela se torna uma petista de direita? Não entendo isso. Tem como ser democrático e republicano optando pelo rompimento brusco com o capital? Existe um só lugar que isso tenha dado certo em dado território da noite pro dia?
Para a direita, o governo brasileiro é de esquerdistas terroristas.
Para alguns setores da dita esquerda, é de direita e vendido.
E para todos que discursam sobre rompimentos com o capital, eu perguntaria: estão preparados para lutar na base da força física? Quem será que venceria no meio da rua, eu, minhas ideias, meu discurso e meu senso de humanidade, ou uma bazuca norteamericana?
Teríamos nós, brasileiros iluminados, formas de não acabar como qualquer outro país que desafia o capitalismo norteamericano, sem derramar mais sangue do que já vemos dia e noite através da violência do capital?
Não sei.
Mas é preciso solidarizar-se com outros países tendo sua economia e a tal "soberania" ameaçadas, com a mesma capacidade de olhar para o próprio país. E parar de achar que as políticas dos vizinhos são sempre mais românticas. Setores da esquerda apaixonados pela Venezuela, e odiosos ao Brasil. Tem algum sentido? O Governo da Venezuela rompeu com o capital? Não. Mas tomou decisões políticas favoráveis ao povo, criando políticas públicas com verbas para a educação. Isso é bom. Só que o Brasil criou e destina muito mais. Mas aqui é feio. Aqui não se rompe com o capital! Essa linha de raciocínio ainda não encaixa na minha cabeça.
Porque contradições, todos os governos estão tendo. A pergunta é, o que nós queremos? Se o problema for esse, romper com o capital é fácil. O PT ganharia troféu de honra ao mérito por setores da esquerda. Mas e o depois? De quem se tornará a responsabilidade pela guerra? A Dilma?
Sim, guerra. De soldadinho e tudo.
Ah, virei conservadora? Não, só estou de saco cheio de discurso esquizofrênico. Nos outros países tudo é lindo. Até gente morrendo em nome da pátria, é lindo. No Brasil nada serve...
Desafio para quem concorda que nosso sistema econômico mundial é violento e desigual, responda:
- Como romper com o capital baseado em princípios democráticos garantindo a integridade social?
Quem souber, pode ganhar o cargo de presidente da república. Eu não sei.

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