quinta-feira, 15 de abril de 2010

O ônibus e eu...


Toda vida que andei muito tempo de ônibus, me pegava imaginando coisas. Foi assim quando ia para a Unisinos e está sendo assim quando vou à UFRGS.

Aqueles quarenta minutos até chegam a ser sagrados. Não durmo, não leio, não converso. Só penso.

Não consigo parar de pensar um minuto em milhares de coisas que tenho a fazer e outras milhares de gostaria de fazer.

Pode até parecer bobagem, mas sempre foi neste momento, que sonhei muita coisa. Daquelas que se sonha acordada.

Pois sonhar em casa; não rola, sonhar na rua; tem muito movimento, sonhar quando está dormindo; não é sonho, é associação livre e portanto não conta, sonhar vendo novela; sem palavras, sonhar na hora de comer??? Sonhar durante uma conversa - talvez - uma aula - sim!!! - mas há de voltar à Terra para se concentrar - sonhar antes de dormir??? - pego no sono...

Nessas aí que já me dei conta que preciso daquele momento. O meu momento de sonhar, de analisar coisas. De avaliar relações, posturas, pensamentos, conceitos, coisas a fazer, coisas não feitas, coisas mal feitas... enfim...

Se não tivesse mais esse momento do ônibus... acho que minha vida perderia um pouco de qualidade... perderia abstração, perderia várias coisas que os outros momentos exigem certa rigorosidade metódica... e lá no ônibus tudo é livre... minha cabeça se liberta no Sogil... ehhehehehehehe
Se perdesse esse momento, certamente teria que recriá-lo em outro espaço e outras ocasiões.


Nunca me esqueço das inúmeras vezes que ficava pensando como seria meu primeiro dia de aula como professora... isso rendeu muito pensamento pra manga...

Ih, no Sogil já fiquei muito triste também. Naquelas horas fatídicas que a gente imagina como reagiria à morte de pessoas queridas e à própria morte. Até já chorei imaginando. Já viajei para alguns lugares do mundo no Sogil também. Ou ao menos pensei em planejar.

Pode parecer loucura, mas gosto muito dessa parte da rotina. O ônibus. O pensamento.

Claro que não preciso nem dizer né... o pensamento flui porque se trata de um ônibus confortável e silencioso... e isso me entristece. Pois quem pega aqueles ônibus lotado horríveis, apertados e desrespeitosos, não conseguem sentir talvez isso que eu sinta numa linha (carérrima) de Gravataí a Porto Alegre...

Não vou nem entrar no mérito do valor da passagem senão já me irrito e perco a linha do raciocínio sobre a filosofia de ônibus...

Mas é isso. Se um dia alguém me encontrar no ônibus, me dá oi e não passa a viagem inteira puxando assunto, pois é hora de filosofar... eheheheheheheeh

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