domingo, 30 de setembro de 2012

Quase trinta, quase livre da Cinderela, da Branca de Neve e da Bela Adormecida!

Mesmo passando por toda uma conturbação de campanha, direto nas ruas, dormindo pouco e me alimentando mal, parece que algumas coisas acontecem num tempo necessariamente bom. Faltam mais ou menos um mês e meio para eu chegar nos trinta. Tive uma crise lá pelos 27 de que estava chegando na metade da vida. Mas foi só um princípio de angústia. Agora, realmente perto dos 30 nunca me senti tão bem em toda a existência. E não é hipocrisia, é muito sério. Nem quando tinha 18 anos e o mundo poderia ser encantado, os pássaros eram lindos, o céu era azul e o corpo era todo para cima, nem assim me senti tão bem quanto agora. Acho que esse sentir-se bem deve-se ao fato de estar atingindo os tais 30 anos com uma bagagem que meus 18 não permitia. Não sei se sentirei isso com 40, mas os 30 estão realmente especiais. E quem me trouxe luz à vida, aos sentimentos, ao corpo, aos relacionamentos pessoais, ao sentir-se bem consigo e ao mesmo tempo com os outros, foi a escola feminista que tive a honra de acompanhar há um bom tempinho nesta última década. Sem conhecer essa realidade que abarca a sexualidade da mulher perante a vida concreta, talvez até hoje me escondesse atrás de dogmas, contos, condutas, pressões e opressões diversas que fazem com que a Cinderela de cada menina nunca a deixe. Meus trinta anos estão chegando e em grande estilo: me livrei dos sapos, dos príncipes, das madrastas e de todos os passarinhos que costuram o vestido da coitadinha da moça injustiçada que fica presa com sua felicidade cerceada no alto do castelinho! Que coisa bem boa poder dizer à Branca de Neve que se ela quiser ficar com todos os anões ao invés daquele príncipe chato e sem graça, ela pode! Que coisa bem boa dar um beijo num sapo e ele continuar feio! E se quiser, aproveita e dá um beijo na sapa também! Onde está escrito que a moça deve ser a conquistada, a desejada, a almejada, e que o custo disso pode ser ela ficar a ver navios esperando que o príncipe a perceba? E que tal se ela for lá e fizer o que quiser, sem precisar se fazer de objeto de conquista? E se a Aurora descer do salto e disser na cara do príncipe: vem, eu é que não vou ficar aqui esperando alguém me acordar! Os trinta também estão rompendo com a vida em fluxograma. Essa eu vi esses dias na internet. A menina entra na adolescência. Se apaixona perdidamente por qualquer menino. Dá uma sacudida nas tranças até finalmente encontrar um namoradinho. A família inteira da menina projeta que aquele menino seja o pai dos seus filhos. Se os dois se aturarem, casam e tem filhinhos. Senão, a menina arruma outro namorado até que encontre um que ela pense: esse é para casar e ter filhinhos. Aí a menina tem filhinhos e depois passa um tempão da vida dela cuidando desses filhinhos. Se sobrar um tempinho estuda e trabalha. Depois tem netinhos, depois morre. E se a vida em fluxograma for invertida? E se a vida em fluxograma for exatamente ao contrário? E se a vida em fluxograma não for exatamente essa? E se a mulher for uma pessoa com iniciativa que não goste de ser a frágil intocável? E se? Onde está escrito que quando uma mulher dá bola para um homem, ela necessariamente quer casar, ter filhinhos, e blá blá blá? Chegar nos 30 está me fazendo perceber que a vida em fluxograma pode até ser boa. Para uns, não para todos. Não para todas. Definitivamente, eu calço 39, 40! Nunca haverá sapatinho de cristal com a minha numeração. Jamais pensei que um complexo de infância me faria feliz aos 30... O que está valendo é ser digna, se sentir bem, ser leal e não desrespeitar os limites humanos. O resto é conto de fadas para boi dormir. Cheguei nos meus trinta fazendo tudo invertido. E, finalmente, em grande estilo, estou dando ADEUS às princesas das piores histórias de terror que a idade média já inventou! Faça o que tu queres, pois é tudo da lei... da lei!

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terça-feira, 25 de setembro de 2012

Desperdício...

Morrer é um desperdício. A pessoa aprende, ensina, ama, erra, chora, conhece, muda, transforma, evolui, desacomoda, começa de novo, cria, inventa, recria, estuda, sorri, se diverte, reconstrói, tenta de novo de outro jeito, descobre, solidariza, sensibiliza, briga, repensa, volta atrás, segue adiante, VIVE!

E de repente morre. Isso é muito desperdício. É muita história que se estanca. Muita sabedoria que se dilui. Muitos segredos que se perdem. Não é legal morrer. Principalmente para aqueles que têm sede de mudança, têm sede de desacomodação, têm sede de inquietações, sede de gente, de humanidades e sede de VIDA! O que me dói muitas vezes, são as pessoas que gosto e vivem a vida como se tivessem morrido. Não se desacomodam. Não protagonizam suas histórias e permitem que a história é que os empurrem à vida. Não inventam ou tampouco se reinventam! Me dói assistir anestesias sociais principalmente nos sujeitos que fazem parte da minha vida. Ainda que eu concorde com o Paulo Freire quando diz que onde existe vida há esperança, onde existe vida há o desejo de "ser mais", ainda assim, sofro ao ver os que se preocupam muito pouco com seu "ser mais". A estes, que escolheram viver sem vida, sem inquietações, sem desacomodações, dedico o meu lamento pelo desperdício. Pela morte em vida.

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domingo, 9 de setembro de 2012

Estrela, Estrela



Hoje, 9 do 9 minha estrela faz 9!

NOVE!!!

Meiga, querida, sensível, observadora e espertinha!

Essa vai para minha Stella...









Mesmo antes de nascer eu e o Jeferson já curtíamos a Estrela, Estrela.
Depois que nasceu então, nem se fala!

Parece loucura, mas minha vida se encaminhará para um terço vivida com uma companhia que ficará para sempre. Seja perto, seja longe. Filhos são elos eternos.

Não lembro mais o que é viver sem minha estrelinha.

TE AMO pequeno ser da minha vida!

Estrela,,

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Eu disse calma alma minha... calminha... você tem muito o que aprender!

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