quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

Bléeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeergs que sensação ruim!



Desde ano passado, mais ou menos antes do meio do ano, fui bloqueada pelo facebook sob alegação de não ser uma pessoa. Não sei bem como não se pode ser uma pessoa e ter facebook, mas enfim, tentei entender que eram regras de segurança do face. Tratava-se do seguinte caso: troquei meu nome em menos de alguns meses, o que gerou um comportamento suspeito. Troquei de Ingrid para Fifi e depois para Ingrid de novo. Deu alguns dias e fui solicitada que enviasse cópia do documento de identidade. Claro que não mandei. Já estamos em fevereiro de 2016, passaram-se muuuuuuuuitos meses e sigo bloqueada.
Com isso estive fora de muitos grupos que eram úteis para mim. Perdi a data do aniversário de várias pessoas. Não pude ver atualização de fotos ou notícias de pessoas que realmente estimo e quero bem.
Maaaaaaaaaas... como toda a história tem um “mas”... não absorvi a exacerbada carga de energia negativa de postagens baixo-astral inúteis, manifestações de ódio gratuitas, hostilidades virtuais cansativas, compartilhamentos de mentiras, mensagens de súplicas por atenção, indiretas para pessoas que nem as leem, brigas fanáticas e previsíveis anti-tudo, manifestações de amor por quem se detesta, manifestações de carinho por quem quase não o tem, enfim, diversas coisas que eu mesma já deva ter feito e que quando se faz parte do face a gente faz mesmo sabendo que é mega clichê. E o principal do “mas”: ganhei tempo! Sim! Tempo! A abstração mais material do mundo. Nosso rico e precioso tempo. Se a pessoa gasta ele com algo que engrandeça, ainda vá. E existem de fato coisas no face que nos engrandecem ou que nos informam melhor. Mas 75% das coisas são inúteis, gastam nosso tempo e mancham nossa tão difícil e sensível “aura” sem nenhum propósito efetivo.
Pode ser que volte para o face. Claro! Mas essas férias do face me fizeram de fato muuuuuuuuuuuuuuuuuito bem.

O título era sobre sensação ruim... pois bem... li através de outro face sobre o cenário político na minha cidade. Ainda estou com ânsia de vômito. Psicose e política não combinam. Blérgs.

*pensei em ilustrar esse pequeno post com algum desenho, eis que me deparo com dois malucos: o Pink e o Cérebro planejando dominar o mundo... caiu como uma luva!

Continue lendo >>

quarta-feira, 29 de julho de 2015

Uma vida é muito pouco


Março até julho de 2015 foram os meses da preguiça.
Nunca fui tão preguiçosa.
Até para atividades físicas, embora tenha feito muitas, relaxei perante o que havia planejado.
Nunca fui tão preguiçosa.
Aliás, já fui, quando era adolescente. Adolescente eu era capaz de dormir doze horas sem acordar. E ainda sentir sono.
Não sei que relação pode ter, mas pela primeira vez na minha vida meus exames médicos acusaram falta de vitamina B12. Vou culpar a minha química pela minha preguiça e falta de iniciativa intelectual.
Sinto que isso tudo vai mudar, que vou voltar a ser eu mesma bem em breve. Hoje tive um estalo, parece que reacendeu uma chama que sempre me pertenceu. Parece que do nada meu estímulo começou a voltar.
Me lembrei de tudo que já fiz ao mesmo tempo na vida e pensei que jamais estive tão paradona.
Foi aí que me lembrei dos meus ímpetos de querer saber sempre mais. O que me moveu foi eternamente a curiosidade. Sempre quis saber como funciona toda a engrenagem de tudo. Da música, passando pela política, pelos esportes, pela economia até a poesia. E agora estou aqui, como quem está “de molho” na curiosidade.
Sempre pensei que havia muito pouco tempo na vida para se saber tudo que poderíamos. E sempre tive certeza que jamais saberemos tudo, mas que quanto mais soubéssemos mais felizes seríamos. Afinal, meu ímpeto de vida sempre se baseou nessa vontade curiosa incessante. Em alguns momentos da vida sempre sinto que me ligo em coisas diferentes. E assim me sinto mais plena. Por exemplo: minha mãe sempre me ensinou sobre alguns bichinhos, sobre como funcionam algumas plantas. Jamais eu pensaria o quanto me faria feliz plantar um cactos ou criar mudas de folhagens e flores. Mas para isso precisa de técnica. Nossa, esse ano descobri altas técnicas. Aprendi também nos últimos tempos, muito mais sobre vento e marés do que a minha vida toda. Apesar da preguiça.
Aprendi, apesar da preguiça.
Em outros momentos da vida estive ultra ligada em tudo que fosse poético.  E tudo realmente virava poesia.
Tive meu tempo da filosofia. Tudo era baseado na filosofia mais clássica possível. Até conhecer a Genealogia da Moral e me dar conta que as palavras fazem diferença sim. Inclusive que a decisão das mulheres de chamar a Dilma de presidentA faz sentido para quem se importa com política.
Teve um tempo que a minha vida fez sentido estudando economia. Nossa, tudo fazia sentido. E ao mesmo tempo nada fazia sentido. Mas aquilo me completava.
Em outros momentos fui tomada pela psicologia de Freud. E tudo tinha o Freud no meio.
E o que aprendi com o Reiki então? Jamais pensei que saberia coisas básicas como o alinhamento dos Chakras e o poder da energia concentrado nas mãos. Foi quando não me imaginava conhecendo mais das ciências médicas ou da física, que aprendi muito sobre corpo humano e sobre forças energéticas vitais.
Já estive fã da física quântica, mesmo sabendo muito pouco. Aliás, era saber muito pouco que me fazia tão feliz. Porque parecia que no meio daquela maluquice tudo fazia sentido ainda que nem tudo pudesse ser observado.
Método de pesquisa. Teve um tempo que método de pesquisa era quase como quem descobre como se deve viver. Ainda que possa parecer “quadrado” eu dizer isso, estudar método de pesquisa e perceber que muitos realmente praticam o que teorizam, fizeram-me ver que método de pesquisa é coisa séria. Que não se blefa, que não se brinca.
Ciência política. Jamais pensei. Achei que estava no sangue de cada um o envolvimento político e a incapacidade de ver atrocidades e não sentir nada. Que nada! Foi me afastando um pouco da organicidade política que descobri que muita gente não está nem aí para nada. Só repetem igual papagaios o que gente raivosa diz, e não entende bulhufas sequer como funciona a estrutura dos poderes públicos. Imagina então se vão se esforçar para entender como funciona a estrutura eleitoral. Piorou. Percebi que meu envolvimento orgânico partidário me ensinou a perceber muita coisa. E jamais pensei, mas me ensinou a desenvolver uma coisa chamada disciplina de organização. Pensei que sociedade adulta do “mundo lá fora” soubesse minimamente se organizar. E pensei que um partido político era uma bagunça. Que nada! O mundo lá fora é uma bagunça e o partido político é organizado. Ao menos dentro de uma estrutura partidária a gente aprende a esperar nossa vez de falar. Aprende a contemplar as diferenças. Minimamente, respeitar. O partido é uma escola. E uma escola é uma escola para muitas coisas. Mas sinto que nem sempre temos guardada nossa vez de falar e muitas vezes impera a imposição de crenças independentemente das diferenças entre milhares de cabeças, entre milhares de sentenças. Mesmo assim, aprendi bilhões de outras coisas. Especialmente no convívio humano. Especialmente da ordem das humanidades. E também das desumanidades. Que são irmãs gêmeas, que andam lado a lado, que são constantes e que nos desenvolvem turbilhões de sentimentos e sensações. Uma doideira só. Quem é professor e liga o botão do aprendizado "mecânico" não sabe o que está perdendo. Um sindicato também é uma escola de organização. Esse ainda não participei. Sinceramente, apoio todo movimento sindical, mas não estou com ânimo de participar dele num horizonte de muitos anos. Talvez seja porque estou envolvida com a política desde que me conheço por gente. E agora dei um “break” para saber mais sobre outras aprendizagens. E também porque preciso terminar minha tese. Só eu posso fazer isso por mim.
Uma vida é muito pouco tempo para conhecer todos os sabores de comida. Todos os temperos. Uma vida é muito pouco para saber quais profissões seriam legais. Uma vida é muito pouco para saber diversas emoções, adrenalinas possíveis, lugares mágicos de se morar. Quanto tempo da vida será que passamos pensando nas escolhas que tomamos? No destino se fosse por outro caminho? Enfim, seja a escolha que fizermos, que sejamos capazes de aproveitar aquele momento.

E nisso tudo fico pensando: como é que a gente é capaz de aproveitar melhor nosso tempo sabendo mais coisas e tendo acesso à mais coisas? Já pensou que maluco todos poderem viajar pelo mundo? E as pessoas que não têm todo aquele dinheiro? Mereciam não conhecer mais coisas do que as que têm? Claro que não!  Existe aprendizagem melhor que a prática? Que observar, que tocar? Que aprender brincando? 
Enfim, sinto reacendendo aquela minha energia vital de ter curiosidade. Das mais singelas às mais complexas. Obrigada, B12!!! Não sei se é a vitamina ou se é um semestre que inicia, mas sinto minha energia voltando pro eixo de onde nunca deveria ter saído!

Continue lendo >>

domingo, 20 de julho de 2014

Mundão véio sem portera

Mas eu não sou daqui... eu não tenho amor... eu sou da Bahia... de São Salvador...
Marinheiro só.............

Às vezes eu acho o mundo uma droga. Uma droga ilícita alucinógena letal. Não sei se existe e nem qual é. Quando vejo ódio, raiva, rancor, competição e mesquinharia, eu desacredito. Quando vejo que a ética é a do poder dos objetos sobre as pessoas. Pessoas que com objetos dominam outras pessoas. 

Às vezes eu acho o mundo uma coisa maravilhosa cheia de outras coisas dentro.
E dentro de outra coisa, de outra e de outra, um mundo infinito de coisas. Tipo o Horton e o Mundo dos Quem. Um desenhozinho querido onde um elefante descobre que numa pluma existe uma formação social completa e escuta uma voz de lá. Tenta fazer toda floresta acreditar que escutou uma voz saindo da pluma. E na pluma viviam os Quem. O mundinho dos Quem, que cabia numa pluminha era muito divertido mas também cheio de contradições. Tipo o mundo do Horton.
Esse desenho fofo me faz pensar muita coisa. Que tem muita coisa para ser compartilhada nesse mundo. Tem muitos mundos num mundo só. Tem muita vida numa vida só. Tem pouco tempo numa vida só. Por outro lado, mesmo sabendo que temos pouco tempo numa vida só, insistimos em gastar esse tempo com mil parafernálias que nos oferecem para que deixemos nossa vida e nossos objetivos serem as coisas mais fúteis do mundo.
Temos pouco tempo. Temos nosso próprio tempo. Não temos medo do escuro... mas deixe as luzes acesas... (e se deixar vou seguir cantando até amanhã...)
Assisti meio que forçada, porque queria fazer outra coisa, mas meu empolgadíssimo irmão tem por hábito mostrar goela abaixo as coisas que ele acha interessante, até que vejamos. Isso não é uma crítica, pelo contrário, não fosse assim eu não teria visto. Um documentário dizendo tudo que acontecia no mundo num único dia. Dia 10.10.2010. As coisas mais simples. Quantas pessoas amaram, casaram, choraram, foram à escola, foram trabalhar, quanta mercadoria circulou no mundo, quanta gente nasceu, quantas morreram, enfim, tudo que aconteceu em apenas um dia da Terra.
As imagens que iam de norte a sul do planeta, me comoveram. Quanta cultura, quanta crença, quantas emoções, quantos sentimentos, quanto tudo. E nisso vi que o mundo é muito grande para a gente ter a audácia de querer desbravá-lo. Por outro lado, assistindo o Rubem Alves que faleceu ontem, o ouvi falando que o que nos dá sentido e significado é o que está à nossa volta. O que temos de mais perto. Como a cebola. Não temos como ser o centro da cebola e querer atingir a camada mais externa sem passar pelas camadas do meio. Por isso manuseamos, lidamos, convivemos, pensamos e repensamos sobre o que está mais próximo. Para depois tentar ir além. Lembrei dos meus desejos malucos de ir mundo afora sem ter hora para voltar. Sem ter passagem de volta. Por outro lado parei para pensar num mundo todo desconhecido que existe e ainda está perto de mim.
Lembrei do Horton e pensei nas tantas coisas que estão perto e tantos mundos, e, no entanto, não enxergamos nem ouvimos.

Esse mundo ainda tem muita coisa para eu conhecer. E não são pontos turísticos. São pontos humanos. Feito de gente e de natureza. Cultura de gente. Modos de pensar de gente. Tenho medo de querer saber tanto do mundo e acabar aqui, me distraindo com porcarias inúteis que me tomam tempo de felicidade. E desperdiçam energia. Não fosse a preguiça eu seria muito mais curiosa do que sou.

Continue lendo >>

terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Contradições

Vivemos num sistema global tão milimetricamente medido, que nenhum país pode dançar uma música diferente da ordem. Soberania nacional não tem sentido, é um conceito líquido nos dias de hoje. Um país só não faz primavera. Impulsiona outros a levantarem-se. Mas são engolidos em pouco tempo novamente.
Os últimos conflitos internacionais só nos mostram o que a história da humanidade mostrou até hoje quando privilégios dos grandes estão em disputa: o sangue que derrama é da classe trabalhadora.
Até aqui tudo óbvio.
E se fosse o Brasil?
Se a pessoa não defender guerra civil e derramamento de sangue em troca da tentativa de romper turbilhões de amarras capitalistas ela se torna uma petista de direita? Não entendo isso. Tem como ser democrático e republicano optando pelo rompimento brusco com o capital? Existe um só lugar que isso tenha dado certo em dado território da noite pro dia?
Para a direita, o governo brasileiro é de esquerdistas terroristas.
Para alguns setores da dita esquerda, é de direita e vendido.
E para todos que discursam sobre rompimentos com o capital, eu perguntaria: estão preparados para lutar na base da força física? Quem será que venceria no meio da rua, eu, minhas ideias, meu discurso e meu senso de humanidade, ou uma bazuca norteamericana?
Teríamos nós, brasileiros iluminados, formas de não acabar como qualquer outro país que desafia o capitalismo norteamericano, sem derramar mais sangue do que já vemos dia e noite através da violência do capital?
Não sei.
Mas é preciso solidarizar-se com outros países tendo sua economia e a tal "soberania" ameaçadas, com a mesma capacidade de olhar para o próprio país. E parar de achar que as políticas dos vizinhos são sempre mais românticas. Setores da esquerda apaixonados pela Venezuela, e odiosos ao Brasil. Tem algum sentido? O Governo da Venezuela rompeu com o capital? Não. Mas tomou decisões políticas favoráveis ao povo, criando políticas públicas com verbas para a educação. Isso é bom. Só que o Brasil criou e destina muito mais. Mas aqui é feio. Aqui não se rompe com o capital! Essa linha de raciocínio ainda não encaixa na minha cabeça.
Porque contradições, todos os governos estão tendo. A pergunta é, o que nós queremos? Se o problema for esse, romper com o capital é fácil. O PT ganharia troféu de honra ao mérito por setores da esquerda. Mas e o depois? De quem se tornará a responsabilidade pela guerra? A Dilma?
Sim, guerra. De soldadinho e tudo.
Ah, virei conservadora? Não, só estou de saco cheio de discurso esquizofrênico. Nos outros países tudo é lindo. Até gente morrendo em nome da pátria, é lindo. No Brasil nada serve...
Desafio para quem concorda que nosso sistema econômico mundial é violento e desigual, responda:
- Como romper com o capital baseado em princípios democráticos garantindo a integridade social?
Quem souber, pode ganhar o cargo de presidente da república. Eu não sei.

Continue lendo >>

terça-feira, 10 de setembro de 2013

Ainda bem que não sou eu quem manda aqui

Li esta poesia, e lembrei-me de várias pessoas que ao longo de suas vidas compreenderam e reforçaram ao mundo que o ser humano não é o dono da natureza, ou que tampouco o dono de tudo que há no mundo é uma entidade "humanificada", e, pior do que isso, masculinizada. Religiosos poderiam dizer que a menção destas palavras remetem à Deus. A interpretação é livre. Eu diria que me reforça ainda mais a ideia de que somos parte, processo, transformação e não de que somos menores ou maiores que o resto do universo. Em outras palavras, somos parte da natureza, tanto quanto todo o meio ambiente que nos completa. E se nos consideramos "parte", pressupomos sintonia e sincronia com as outras partes, e não supremacia ou autoritarismo perante as outras partes. Ao ler isto sem a menor intenção, num livro de Feng Shui encontrado ao acaso na minha prateleira com "técnicas energéticas milenares", me peguei pensando: precisava dividir com mais gente. Mesmo que apenas para reflexão.



Ainda bem que não sou eu quem manda aqui

Eu jamais teria imaginado um pinhão
nem um porco-espinho, nem uma romã,
e ainda que lograsse imaginar um cometa,
como conseguiria construir um deles?
ou organizar a vida de um lago?

Onde teria eu encontrado a energia
para tornar distinto cada floco de neve?
(é mais ou meu estilo fazer um ou dois
modelos razoáveis, construir um molde
e fabricá-los em série)

E em definitivo não se parece comigo
terminar uma cordilheira toda e depois ir
cuidadosamente retocando com minúsculas
florestas de musgo a face virada para o norte
de cada pedra

Tenho excelente memória para os detalhes
mas me parece provável que fosse esquecer
as bolinhas das costas de uma joaninha

E teria esquecido de amarrar
cada uma das madeixas de seda
de cada grão de cada espiga de milho

(Ora, eu já morei numa casa por dois anos
sem pendurar cortinas no quarto de dormir
- provavelmente eu jamais conseguiria
me levar a construir uma cachoeira)

E não consigo ter em mente alguma coisa
pelo tempo que é preciso para ser um rio,
nem me concentrar pelo tempo necessário
de me tornar numa vertente fria e funda

E ainda que eu tivesse, em caixinhas,
o tipo certo de átomos e moléculas,
quanto tempo levaria em montá-los
para formar uma mera gota d´água?

E o brilho despedido por aquela gota?
Bem, acho que para todo o sempre ficarei
a procurar os começos daquela luz.

Viu só? Ainda bem que não sou eu quem manda aqui.

Evi Seidman

Continue lendo >>

segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Um terço de mim


Em todos os fenômenos da natureza, tudo que pode ser materializado também passa pela matemática, depende do quanto somos capazes de abstrair.
Abstraindo minha essência no dia 09/09/2013, chego a um resultado parcial simples e direto. Um terço de minha vida compõe meu “x” na qual em palavras talvez não seja capaz de expressar no que minha alma se transforma a cada dia.
Em trinta anos de vida, vivo exatamente hoje o fechamento do ciclo da terça parte ao lado dela. Dez anos, uma estrela, um pedaço, uma soma, um perímetro de tudo que vivi fora de mim, além de mim, e ao mundo.
Se for um quociente, que seja consciente. Mas muito mais do que parte, do que fração, um produto. Uma multiplicação. Ainda que muitos tentem explicar as relações humanas na sua máxima complexidade, existe uma que muito pouco conseguimos explicar e, no entanto é a que mais nos cobramos na tentativa de fazer nosso melhor. Filhos são relações inexplicáveis, ainda que saibamos com toda a certeza de que poderíamos ter feito mais, ou ter feito diferente. E como na soma da vida, nem sempre 2 mais 2 são 4, temos plena certeza de que muitos erros cometemos e muitos ainda iremos cometer.
Um terço de mim não representa apenas um tempo ao lado dessa estrela, mas também uma história, renovações contínuas, aprendizados cotidianos, ressignificações vitais permanentes, desafios surpreendentes, e muito, mas muito exercício de paciência quando esta nos ameaça faltar... E ainda assim, teremos uma sensação mais infinita que o Pi, de que poderíamos ter feito melhor. Acredito que enquanto estivermos vivos. Até o fim. Mesmo maduros.
Um terço de mim é pura novidade. É caminhada, é construção. É inacabamento. É o que não tem governo e nem nunca terá. É surpresa. É pura vida que se complementa dentro e fora de mim mesma. É contradição, é vida que não me pertence, mas me guia.
“És parte de mim, assim como és, parte das manhãs”, como diria Vitor Ramil. E como diria Nando Reis, “não sei se o mundo é bom,
mas ele está melhor desde que você chegou e perguntou: tem lugar pra mim?”

            Feliz 10 anos de vida minha estrela, Stella! 

Continue lendo >>

terça-feira, 20 de agosto de 2013

Que fenômeno é esse?


 

Hoje na aula e depois voltando no ônibus me peguei pensando que fenômeno é esse. O que é isso que me acontece quando estou perto de pessoas que tenho sintonia sem ter conhecido uma vida inteira? Sem ter laços de sangue? Sem ter décadas de história? Sem ter dúvidas? Sem receios? Assim, simplesmente? Que fenômeno é este de sentir a presença de quem não está, apenas recebendo um bolo de cenoura? Que fenômeno é este de sair da sala para dar um abraço em quem esteve de passagem e vibrar poucos segundos uma energia de como se não fizessem dois meses que não nos víamos? Que explicação tem encontrar alguém numa fila, receber um abraço sem palavras e trocar energia sem diálogo? Que nome se dá para a "beleza de ser um eterno aprendiz"? O reconhecimento humilde do inacabamento? Como se explica voltar para uma sala de aula e se sentir em pleno estado de “ufa!”? Não sei que fenômeno é este de se sentir tão acolhida. Tão compreendida. Ao mesmo tempo, tão cheia de dúvidas, tão no direito de ser o que se pretende ser. Sem rótulo, sem título, sem vaidade. Como podemos chamar a sensação de fazer parte mais do que de uma turma de gente querendo estudar, querendo entender mais das coisas, mas acima de tudo uma turma de quem se entende só no olhar. De quem compreende nossa respiração. De respeito. De quem não separa forma de conteúdo. De quem não separa afeto de conhecimento. De quem não fragmenta a vida da teoria, muito menos a pele do pensamento. De quem não abre mão do desejo, do ser, do sentir. Não arranca da ciência o amor. Muito menos da prática o carinho. Que fenômeno é esse do tal de abraço despretensioso que nenhum de nós abre mão? Por que passamos a vida inteira separando sentimento de trabalho? Afeto de estudo? Carinho de conhecimento? Romantismo acadêmico em plena aula? Não. Vida real sendo trocada, relatada, debatida, discutida, repensada, compartilhada. Humano integral. Não deixa a alma na porta do trabalho, da escola, da universidade, e entra. Muito pelo contrário. Entra de alma e tudo. Com sentimento. Com vigor. Nos lugares mais sombrios. Mais estressantes. Mais cruéis. Mais formais. Mais duros e até mais violentos. Vida... desafiadora por essência, mas, na sua totalidade, podendo ser o que tiver que ser. Ufa! Voltei para a minha necessária terça-feira neste mundo de realidade em eterna transformação coletiva. Mais do que já diziam os filósofos existencialistas sobre a importância do "outro", mais do que já diziam os poetas de que era "impossível ser feliz sozinho", mais do que isso... é o reconhecimento contínuo disso.  

Continue lendo >>

  ©Template by Dicas Blogger.

TOPO