sexta-feira, 18 de março de 2016

Drª dos bichinhos

Faz uns dias acordei com vontade de ser veterinária.
Quando era criança dizia que queria ser veterinária mas na verdade as minhas brincadeiras não eram com animais, eram sempre com quadro e giz.
Daí fiquei maior e descobri que para ser veterinária tinha que abrir bichinhos e mexer nas coisas mais podres e infecciosas do mundo. Tirei da minha cabeça.

Só que parece uma loucura, esses últimos tempos tem me dado a maior vontade de só mexer com bichinhos. A louca foi pesquisar sobre ingressos de diplomados na ufrgs de veterinária. E o que eu descobri? Que ingresso de diplomado não serve para nada se a pessoa não tiver cursado o mesmo curso? Hein? Não entendi. E também nem liguei para lá para descobrir. Se eu quisesse fazer filosofia eu poderia. Porque é tudo da mesma área. Mas uma área que mude assim da água pro vinho não pode. Puxa... magoei. Daí lembrei dessa maluquice de vestibular... e passou minha vontade de ser veterinária.

Pensando bem... filosofia é bem legal hehehehehe


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terça-feira, 8 de março de 2016

Nota da Marcha Mundial das Mulheres pelo dia 8 de março

Marcha Mundial das Mulheres nas ruas por igualdade e autonomia!

Somos feministas e estamos nas ruas para mudar a vida das mulheres e o mundo.

Começamos o ano de 2016 revigoradas pelas energias vindas das grandes

mobilizações que realizamos durante o ano que passou: a 4ª Ação internacional da

Marcha Mundial das Mulheres, a Marcha das Margaridas e a Marcha das Mulheres

Negras, as manifestações de milhares de mulheres em várias cidades exigindo o

Fora Cunha e a legalização do aborto, frente a tentativa de limitar o acesso à pílula

do dia seguinte em casos de violência sexual.

O feminismo é a luta coletiva das mulheres para mudar o mundo e suas vidas e se

expressa de várias formas: na organização das mulheres negras, jovens, lésbicas,

trabalhadoras do campo e da cidade, nas ruas, redes e roçados.

A história das mulheres nos mostra que há momentos de mais liberdade e

autonomia e outros de retrocessos. Isso porque as dinâmicas do capitalismo racista

e patriarcal se atualizam impondo novas demandas sobre nossos corpos, nosso

trabalho e vidas. Sabemos que a luta e a rebeldia são parte dos processos de

mudanças e transformações. Retomamos essa memória, não para mumificar o

passado, mas para que a luta de outros tempos estejam presentes nas nossas

consciências e práticas como parte de nossa revolta e de nossos sonhos.

A nossa luta é todo dia, mas o 8 de março nos conecta com milhões de mulheres

que saem as ruas em todos os continentes e também com a história feita por tantas

mulheres que lutaram antes de nós para mudar suas vidas e mudar o mundo.


Feminismo em marcha para mudar o mundo

O feminismo construiu a ideia de que liberdade e igualdade são realidades que só

existem de verdade se for para todas e todos. Por isso afirmamos que nossa luta é

anticapitalista, anti-patriarcal, antirracista e em defesa de uma sexualidade livre.

Estamos nas ruas porque apesar das mudanças importantes no país que levaram a

inclusão de milhões de pessoas nos últimos anos, a violência contra as mulheres

permanece como parte da desigualdade que não foi transformada. A desigualdade e

a violência andam de mãos dadas e isso é visível nos dados recentes que mostram

o aumento da violência contra as mulheres negras. Cresce a violência nos

municípios menores, com menor oferta de serviços públicos. A falta de autonomia

econômica ainda impede que muitas mulheres saiam de situações de violência.

Estamos em marcha pela universalização das creches, para que todas as pessoas

tenham acesso ao saneamento básico, à moradia e ao transporte público de

qualidade.

O patriarcado se estrutura a partir do controle dos homens, individual e

coletivamente, sobre o trabalho, o corpo e a sexualidade das mulheres. Esse

controle impede nossa autonomia e a autodeterminação. Olhando para a história,

vemos como o capitalismo, o patriarcado e o racismo andam lado a lado. Na

América Latina, a sociedade se estruturou a partir do colonialismo, profundamente

racista. Como parte da escravidão da população negra e do extermínio indígena, as

mulheres negras e indígenas tiveram tantas vezes seus violados pelo estupro e seu

trabalho expropriado.

Retomamos nossa palavra de ordem “Somos mulheres e não mercadorias!” para

questionar o retrocesso ideológico no que diz respeito à autonomia das mulheres

sobre seu corpo. As imposições sobre o nosso peso, nossa pele, nossa aparência e

nosso cabelo se somam com as imposições e julgamentos sobre nosso

comportamento. Nossa liberdade é negada todas as vezes que nosso espaço é

invadido pelo assédio, todas as vezes que nossas denúncias não são escutadas e

que nossa fala é desqualificada. Nossa autonomia é colocada em questão sempre

que as grandes corporações, a ciência e o poder médico disputam o monopólio

sobre nossos corpos, quando querem tratar apenas os sintomas de problemas

causados por um cotidiano marcado por tanto machismo. Estamos em marcha

contra aquilo que nos oprime, reprime e deprime!


Em marcha pela legalização do aborto

Estamos em marcha pra que todas as mulheres tenham autonomia. O direito de

decidir sobre a gravidez é parte essencial das decisões sobre os rumos das nossas

vidas. Nessa sociedade patriarcal, a maternidade é vista como o destino das

mulheres. É como se nos realizássemos como mulheres apenas se e quando nos

tornamos mães.

A decisão de interromper uma gravidez indesejada envolve muita responsabilidade,

porque sabemos o que significa ter um filho e organizar nossa vida garantindo seus

cuidados.

A questão do aborto é tratada com muita hipocrisia. Mesmo não sendo um

procedimento permitido pela lei, a realidade é: as mulheres abortam.

Todas somos clandestinas, mas as que tem dinheiro, informação e contatos,

interrompem a gravidez em condições seguras. Essa é a realidade de poucas

mulheres: a maioria acaba colocando sua saúde em risco porque o Estado não

garante que a sua decisão seja respeitada.


Para mudar a vida das mulheres, nosso país tem que mudar mais

Há pouco mais de 10 anos, muita coisa começou a mudar na América Latina.

Aqui no Brasil, a criação de milhões de empregos e a formalização de outros tantos,

a valorização do salário mínimo, a ampliação das vagas na universidade e das

políticas para a agricultura familiar e os programas sociais mudaram a vida da

maioria da população. Mas essas mudanças são pouco frente a desigualdade do

país e aos nossos desejos de transformações profundas.

As mudanças que precisamos são estruturais, como as reformas agrária e urbana,

tributária e política. A história recente está nos mostrando que essas mudanças só

serão possíveis enfrentando os privilégios e as reações das elites, mas também a

contradições geradas por esse modelo. Uma delas é que o modelo de

desenvolvimento que melhorou a qualidade de vida das pessoas foi o mesmo que

permitiu o crescimento de muitas empresas brasileiras que violam direitos, tratam a

natureza como mercadoria; liberou o uso desenfreado de transgênicos; expulsa

muitas comunidades que tiveram seus territórios invadidos por mineradoras, pelo

agronegócio ou mesmo pelas hidroelétricas. Temos visto a militarização nas cidades

e periferias, o aumento da violência contra a juventude negra e do encarceramento

da mulheres e homens.


A agenda conservadora

Os setores poderosos do mercado não abrem mão de seus privilégios e de ter o

Estado atuando em seu favor. Eles construíram uma agenda conservadora que hoje

ataca todas as mudanças recentes e ainda querem alterar as conquistas da

Constituição Federal de 1988.

Essa reação conservadora se fortaleceu, articulada pelos grandes meios de

comunicação, grandes empresas e seus representantes nos espaços de poder e

decisão. Eles não querem apenas terceirizar o trabalho, reduzir a maioridade penal

ou impor um modelo de família heterossexual. Eles querem tudo ao mesmo tempo e

por isso é fundamental que a nossa luta não seja fragmentada.

Estamos em uma crise econômica internacional que no Brasil repercutiu com a

queda do preço de vários produtos exportados e também do petróleo. Diante das

pressões da direita e com esta crise para enfrentar, o governo escolheu um caminho

que aprofunda a crise para as trabalhadoras e os trabalhadores.


Alianças para frear os retrocessos

Estamos organizadas com os movimentos sociais na Frente Brasil Popular para

resistir ao avanço da direita e do conservadorismo e não aceitaremos retrocessos!

A defesa da democracia implica em fortalecê-la e ter políticas geradoras de

igualdade. A atual política econômica está muito distante disso e tem promovido o

desemprego, mantendo taxas de lucro funcionais ao grande capital promovendo a

concentração de renda. É preciso radicalizar na democracia e viabilizar espaços de

participação direta. O mandato da presidenta Dilma não se viabilizará somente nos

corredores do palácio, mas nas ruas e no diálogo aberto com os setores da

sociedade que estão em luta por direitos.


Crise não se resolve com ajuste!

As políticas de ajuste são falsas soluções para os problemas graves que estamos

enfrentando. A experiência dos nossos países latino-americanos já demonstrou que

o corte de investimento nas políticas sociais, na garantia dos direitos como

educação e saúde, produz mais sobrecarga de trabalho para as mulheres que são

responsáveis por garantir as sustentabilidade da vida com bicos e empregos

precários, e com uma economia que se compensa com mais trabalho doméstico e

de cuidados.

O que o mercado diz querer é que o Estado (legislativo, executivo e judiciário) não

interfira em seus lucros. Esse discurso é mentiroso e hipócrita. A pressão do

mercado é para que o Estado interfira sim: aprovando legislações que facilitem os

lucros das empresas, ou assinando acordos de livre comércio em que o Estado abre

mão de garantir o direito das pessoas e permite que estes se tornem mercadorias,

que só tem acesso quem pode comprar. As empresas também querem que o

Estado não fiscalize como deveria suas operações que colocam em risco as

condições de vida de comunidades inteiras, ou que chegam a destruir vidas, rios e

biodiversidade.

Além disso, as políticas de ajuste fiscal fragilizam o papel do Estado como

orientador da economia e gera uma desestabilização de empresas públicas abrindo

caminho para privatizações.

Mas eles querem mais: a direita conservadora está manipulando questões

importantes para o povo como o combate à corrupção para impor mais

privatizações, como o que querem fazer com a Petrobrás. A corrupção precisa ser

investigada e punida em todos os âmbitos que ela acontece, mas não pode ser

usada como desculpa para políticas neoliberais. É preciso transformar o sistema

político para que as empresas privadas parem de financiar a campanha de todos

que chegam ao poder.


Defendemos que a previdência seja universal, solidária e redistributiva!

Entre tantos ataques e ameaças aos nossos direitos que estamos enfrentando, está

a de que haja uma reforma da previdência orientada pela visão do mercado.

O objetivo da previdência e de todo sistema de seguridade social não é dar lucro, e

sim garantir condições de vida dignas e adequadas para todas as pessoas que

passaram a sua vida contribuindo com a economia do nosso país.

A previdência tem potencial de transformar a realidade. A valorização do salário

mínimo desde 2004 teve um impacto muito positivo para reduzir a pobreza e

enfrentar as desigualdades. Não podemos admitir que alguém que passou a vida

inteira trabalhando tenha seus rendimentos da aposentadoria desvinculados do

salário mínimo.

Defendemos que a previdência seja universal, para que este seja um direito

assegurado para todos e todas!

Ainda temos uma grande parte de pessoas fora deste sistema previdenciário,

sobretudo mulheres que enfrentam a desigualdade cotidiana em seu trabalho. É o

caso de quem está no trabalho informal, uma grande parcela das trabalhadoras

domésticas e das trabalhadoras rurais.

Defendemos o caráter redistributivo da política de previdência social. Isso significa

que a seguridade social precisa contribuir para a distribuição da riqueza no país.

Para uma previdência que inclua todas as mulheres, é necessário o reconhecimento

do trabalho doméstico e de cuidados realizado no cotidiano de maneira gratuita,

como trabalho fundamental para a economia e para a sustentabilidade da vida

humana.

O fim do fator previdenciário contribuirá para que a previdência social combata as

desigualdades, porque sua existência tem significado prejuízo para as mulheres que

se aposentam mais cedo. E a manutenção dos cinco anos de diferença para a

aposentadoria de homens e mulheres é fundamental no sentido de que combater as

desigualdades provocadas pela divisão sexual do trabalho.


Enfrentar o conservadorismo

Os movimentos sociais em luta precisam entender e incorporar o que as mulheres

expressam nas ruas neste momento de resistência e na pressão pelas mudanças

necessárias: o conservadorismo não se restringe à economia. Não é coincidência

que os que hoje lideram os ataques à nossa soberania e aos nossos direitos são os

mesmos que tem se empenhado contra a autonomia das mulheres.

O enfrentamento às políticas neoliberais não podem secundar ou ocultar os ataques

que as mulheres, a população negra, as lésbicas, bissexuais, gays e transexuais

vem sofrendo.


A América Latina está em luta! 

Somos povos em luta em defesa da água e contra a expansão da mineração e do

extrativismo. Mulheres e homens em luta por soberania e pelo fim da ocupação de

seus territórios, como no Haiti que há mais de 10 anos é ocupado por tropas

militares das Nações Unidas: exigimos que o Brasil retire suas tropas do Haiti!

Somos mulheres em luta contra a violência machista em casa, nas ruas e no

trabalho, em luta para compartilhar o trabalho doméstico e pela socialização dos

cuidados. Somos trabalhadoras e trabalhadores enfrentando a impunidade e o

poder das empresas transnacionais que pressionam os governos a assinar acordos

de livre comércio: somos contra o acordo Mercosul-União Européia.

Estamos juntas na luta pela democratização da comunicação e construímos com

movimentos sociais de todo o continente uma comunicação contra-hegemônica,

ecoando o feminismo nas ruas, nas redes e nos roçados.


Nossa luta é todo dia!

As mulheres criam no cotidiano alternativas concretas à economia dominante,

articulando transformações na produção, na reprodução e no consumo. As mulheres

constroem a agroecologia e praticam a economia solidária. Com nosso trabalho e

conhecimento histórico, afirmamos que a soberania alimentar é estratégica para a

transformação que queremos pois enfrenta a lógica do agronegócio que envenena

nossos corpos e nos expulsa das nossas terras.

Diante da lógica violenta do mercado, a resistência feminista se baseia na

radicalidade e na afirmação de que o projeto de igualdade e autonomia para todas

as mulheres tem que ser parte integrante do projeto de autodeterminação e

soberania dos povos. Esse projeto é incompatível com uma sociedade em que

poucos tem muito e a maioria não tem quase nada. Por isso, na Marcha Mundial

das Mulheres construímos alianças com os movimentos sociais em lutas que

questionam profundamente as desigualdades do sistema capitalista, patriarcal e

racista.

Estamos em marcha pela superação da divisão sexual do trabalho, o fim da

violência contra as mulheres e por um mundo em que as mulheres tenham

autonomia e relações de liberdade que só podem se realizar, para todas as

mulheres, com a igualdade.

Seguiremos em marcha até que todas sejamos livres!

Marcha Mundial das Mulheres

www.marchamundialdasmulheres.org.br

marchamulheres@sof.org.br


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quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

Bléeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeergs que sensação ruim!



Desde ano passado, mais ou menos antes do meio do ano, fui bloqueada pelo facebook sob alegação de não ser uma pessoa. Não sei bem como não se pode ser uma pessoa e ter facebook, mas enfim, tentei entender que eram regras de segurança do face. Tratava-se do seguinte caso: troquei meu nome em menos de alguns meses, o que gerou um comportamento suspeito. Troquei de Ingrid para Fifi e depois para Ingrid de novo. Deu alguns dias e fui solicitada que enviasse cópia do documento de identidade. Claro que não mandei. Já estamos em fevereiro de 2016, passaram-se muuuuuuuuitos meses e sigo bloqueada.
Com isso estive fora de muitos grupos que eram úteis para mim. Perdi a data do aniversário de várias pessoas. Não pude ver atualização de fotos ou notícias de pessoas que realmente estimo e quero bem.
Maaaaaaaaaas... como toda a história tem um “mas”... não absorvi a exacerbada carga de energia negativa de postagens baixo-astral inúteis, manifestações de ódio gratuitas, hostilidades virtuais cansativas, compartilhamentos de mentiras, mensagens de súplicas por atenção, indiretas para pessoas que nem as leem, brigas fanáticas e previsíveis anti-tudo, manifestações de amor por quem se detesta, manifestações de carinho por quem quase não o tem, enfim, diversas coisas que eu mesma já deva ter feito e que quando se faz parte do face a gente faz mesmo sabendo que é mega clichê. E o principal do “mas”: ganhei tempo! Sim! Tempo! A abstração mais material do mundo. Nosso rico e precioso tempo. Se a pessoa gasta ele com algo que engrandeça, ainda vá. E existem de fato coisas no face que nos engrandecem ou que nos informam melhor. Mas 75% das coisas são inúteis, gastam nosso tempo e mancham nossa tão difícil e sensível “aura” sem nenhum propósito efetivo.
Pode ser que volte para o face. Claro! Mas essas férias do face me fizeram de fato muuuuuuuuuuuuuuuuuito bem.

O título era sobre sensação ruim... pois bem... li através de outro face sobre o cenário político na minha cidade. Ainda estou com ânsia de vômito. Psicose e política não combinam. Blérgs.

*pensei em ilustrar esse pequeno post com algum desenho, eis que me deparo com dois malucos: o Pink e o Cérebro planejando dominar o mundo... caiu como uma luva!

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quarta-feira, 29 de julho de 2015

Uma vida é muito pouco


Março até julho de 2015 foram os meses da preguiça.
Nunca fui tão preguiçosa.
Até para atividades físicas, embora tenha feito muitas, relaxei perante o que havia planejado.
Nunca fui tão preguiçosa.
Aliás, já fui, quando era adolescente. Adolescente eu era capaz de dormir doze horas sem acordar. E ainda sentir sono.
Não sei que relação pode ter, mas pela primeira vez na minha vida meus exames médicos acusaram falta de vitamina B12. Vou culpar a minha química pela minha preguiça e falta de iniciativa intelectual.
Sinto que isso tudo vai mudar, que vou voltar a ser eu mesma bem em breve. Hoje tive um estalo, parece que reacendeu uma chama que sempre me pertenceu. Parece que do nada meu estímulo começou a voltar.
Me lembrei de tudo que já fiz ao mesmo tempo na vida e pensei que jamais estive tão paradona.
Foi aí que me lembrei dos meus ímpetos de querer saber sempre mais. O que me moveu foi eternamente a curiosidade. Sempre quis saber como funciona toda a engrenagem de tudo. Da música, passando pela política, pelos esportes, pela economia até a poesia. E agora estou aqui, como quem está “de molho” na curiosidade.
Sempre pensei que havia muito pouco tempo na vida para se saber tudo que poderíamos. E sempre tive certeza que jamais saberemos tudo, mas que quanto mais soubéssemos mais felizes seríamos. Afinal, meu ímpeto de vida sempre se baseou nessa vontade curiosa incessante. Em alguns momentos da vida sempre sinto que me ligo em coisas diferentes. E assim me sinto mais plena. Por exemplo: minha mãe sempre me ensinou sobre alguns bichinhos, sobre como funcionam algumas plantas. Jamais eu pensaria o quanto me faria feliz plantar um cactos ou criar mudas de folhagens e flores. Mas para isso precisa de técnica. Nossa, esse ano descobri altas técnicas. Aprendi também nos últimos tempos, muito mais sobre vento e marés do que a minha vida toda. Apesar da preguiça.
Aprendi, apesar da preguiça.
Em outros momentos da vida estive ultra ligada em tudo que fosse poético.  E tudo realmente virava poesia.
Tive meu tempo da filosofia. Tudo era baseado na filosofia mais clássica possível. Até conhecer a Genealogia da Moral e me dar conta que as palavras fazem diferença sim. Inclusive que a decisão das mulheres de chamar a Dilma de presidentA faz sentido para quem se importa com política.
Teve um tempo que a minha vida fez sentido estudando economia. Nossa, tudo fazia sentido. E ao mesmo tempo nada fazia sentido. Mas aquilo me completava.
Em outros momentos fui tomada pela psicologia de Freud. E tudo tinha o Freud no meio.
E o que aprendi com o Reiki então? Jamais pensei que saberia coisas básicas como o alinhamento dos Chakras e o poder da energia concentrado nas mãos. Foi quando não me imaginava conhecendo mais das ciências médicas ou da física, que aprendi muito sobre corpo humano e sobre forças energéticas vitais.
Já estive fã da física quântica, mesmo sabendo muito pouco. Aliás, era saber muito pouco que me fazia tão feliz. Porque parecia que no meio daquela maluquice tudo fazia sentido ainda que nem tudo pudesse ser observado.
Método de pesquisa. Teve um tempo que método de pesquisa era quase como quem descobre como se deve viver. Ainda que possa parecer “quadrado” eu dizer isso, estudar método de pesquisa e perceber que muitos realmente praticam o que teorizam, fizeram-me ver que método de pesquisa é coisa séria. Que não se blefa, que não se brinca.
Ciência política. Jamais pensei. Achei que estava no sangue de cada um o envolvimento político e a incapacidade de ver atrocidades e não sentir nada. Que nada! Foi me afastando um pouco da organicidade política que descobri que muita gente não está nem aí para nada. Só repetem igual papagaios o que gente raivosa diz, e não entende bulhufas sequer como funciona a estrutura dos poderes públicos. Imagina então se vão se esforçar para entender como funciona a estrutura eleitoral. Piorou. Percebi que meu envolvimento orgânico partidário me ensinou a perceber muita coisa. E jamais pensei, mas me ensinou a desenvolver uma coisa chamada disciplina de organização. Pensei que sociedade adulta do “mundo lá fora” soubesse minimamente se organizar. E pensei que um partido político era uma bagunça. Que nada! O mundo lá fora é uma bagunça e o partido político é organizado. Ao menos dentro de uma estrutura partidária a gente aprende a esperar nossa vez de falar. Aprende a contemplar as diferenças. Minimamente, respeitar. O partido é uma escola. E uma escola é uma escola para muitas coisas. Mas sinto que nem sempre temos guardada nossa vez de falar e muitas vezes impera a imposição de crenças independentemente das diferenças entre milhares de cabeças, entre milhares de sentenças. Mesmo assim, aprendi bilhões de outras coisas. Especialmente no convívio humano. Especialmente da ordem das humanidades. E também das desumanidades. Que são irmãs gêmeas, que andam lado a lado, que são constantes e que nos desenvolvem turbilhões de sentimentos e sensações. Uma doideira só. Quem é professor e liga o botão do aprendizado "mecânico" não sabe o que está perdendo. Um sindicato também é uma escola de organização. Esse ainda não participei. Sinceramente, apoio todo movimento sindical, mas não estou com ânimo de participar dele num horizonte de muitos anos. Talvez seja porque estou envolvida com a política desde que me conheço por gente. E agora dei um “break” para saber mais sobre outras aprendizagens. E também porque preciso terminar minha tese. Só eu posso fazer isso por mim.
Uma vida é muito pouco tempo para conhecer todos os sabores de comida. Todos os temperos. Uma vida é muito pouco para saber quais profissões seriam legais. Uma vida é muito pouco para saber diversas emoções, adrenalinas possíveis, lugares mágicos de se morar. Quanto tempo da vida será que passamos pensando nas escolhas que tomamos? No destino se fosse por outro caminho? Enfim, seja a escolha que fizermos, que sejamos capazes de aproveitar aquele momento.

E nisso tudo fico pensando: como é que a gente é capaz de aproveitar melhor nosso tempo sabendo mais coisas e tendo acesso à mais coisas? Já pensou que maluco todos poderem viajar pelo mundo? E as pessoas que não têm todo aquele dinheiro? Mereciam não conhecer mais coisas do que as que têm? Claro que não!  Existe aprendizagem melhor que a prática? Que observar, que tocar? Que aprender brincando? 
Enfim, sinto reacendendo aquela minha energia vital de ter curiosidade. Das mais singelas às mais complexas. Obrigada, B12!!! Não sei se é a vitamina ou se é um semestre que inicia, mas sinto minha energia voltando pro eixo de onde nunca deveria ter saído!

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domingo, 20 de julho de 2014

Mundão véio sem portera

Mas eu não sou daqui... eu não tenho amor... eu sou da Bahia... de São Salvador...
Marinheiro só.............

Às vezes eu acho o mundo uma droga. Uma droga ilícita alucinógena letal. Não sei se existe e nem qual é. Quando vejo ódio, raiva, rancor, competição e mesquinharia, eu desacredito. Quando vejo que a ética é a do poder dos objetos sobre as pessoas. Pessoas que com objetos dominam outras pessoas. 

Às vezes eu acho o mundo uma coisa maravilhosa cheia de outras coisas dentro.
E dentro de outra coisa, de outra e de outra, um mundo infinito de coisas. Tipo o Horton e o Mundo dos Quem. Um desenhozinho querido onde um elefante descobre que numa pluma existe uma formação social completa e escuta uma voz de lá. Tenta fazer toda floresta acreditar que escutou uma voz saindo da pluma. E na pluma viviam os Quem. O mundinho dos Quem, que cabia numa pluminha era muito divertido mas também cheio de contradições. Tipo o mundo do Horton.
Esse desenho fofo me faz pensar muita coisa. Que tem muita coisa para ser compartilhada nesse mundo. Tem muitos mundos num mundo só. Tem muita vida numa vida só. Tem pouco tempo numa vida só. Por outro lado, mesmo sabendo que temos pouco tempo numa vida só, insistimos em gastar esse tempo com mil parafernálias que nos oferecem para que deixemos nossa vida e nossos objetivos serem as coisas mais fúteis do mundo.
Temos pouco tempo. Temos nosso próprio tempo. Não temos medo do escuro... mas deixe as luzes acesas... (e se deixar vou seguir cantando até amanhã...)
Assisti meio que forçada, porque queria fazer outra coisa, mas meu empolgadíssimo irmão tem por hábito mostrar goela abaixo as coisas que ele acha interessante, até que vejamos. Isso não é uma crítica, pelo contrário, não fosse assim eu não teria visto. Um documentário dizendo tudo que acontecia no mundo num único dia. Dia 10.10.2010. As coisas mais simples. Quantas pessoas amaram, casaram, choraram, foram à escola, foram trabalhar, quanta mercadoria circulou no mundo, quanta gente nasceu, quantas morreram, enfim, tudo que aconteceu em apenas um dia da Terra.
As imagens que iam de norte a sul do planeta, me comoveram. Quanta cultura, quanta crença, quantas emoções, quantos sentimentos, quanto tudo. E nisso vi que o mundo é muito grande para a gente ter a audácia de querer desbravá-lo. Por outro lado, assistindo o Rubem Alves que faleceu ontem, o ouvi falando que o que nos dá sentido e significado é o que está à nossa volta. O que temos de mais perto. Como a cebola. Não temos como ser o centro da cebola e querer atingir a camada mais externa sem passar pelas camadas do meio. Por isso manuseamos, lidamos, convivemos, pensamos e repensamos sobre o que está mais próximo. Para depois tentar ir além. Lembrei dos meus desejos malucos de ir mundo afora sem ter hora para voltar. Sem ter passagem de volta. Por outro lado parei para pensar num mundo todo desconhecido que existe e ainda está perto de mim.
Lembrei do Horton e pensei nas tantas coisas que estão perto e tantos mundos, e, no entanto, não enxergamos nem ouvimos.

Esse mundo ainda tem muita coisa para eu conhecer. E não são pontos turísticos. São pontos humanos. Feito de gente e de natureza. Cultura de gente. Modos de pensar de gente. Tenho medo de querer saber tanto do mundo e acabar aqui, me distraindo com porcarias inúteis que me tomam tempo de felicidade. E desperdiçam energia. Não fosse a preguiça eu seria muito mais curiosa do que sou.

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terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Contradições

Vivemos num sistema global tão milimetricamente medido, que nenhum país pode dançar uma música diferente da ordem. Soberania nacional não tem sentido, é um conceito líquido nos dias de hoje. Um país só não faz primavera. Impulsiona outros a levantarem-se. Mas são engolidos em pouco tempo novamente.
Os últimos conflitos internacionais só nos mostram o que a história da humanidade mostrou até hoje quando privilégios dos grandes estão em disputa: o sangue que derrama é da classe trabalhadora.
Até aqui tudo óbvio.
E se fosse o Brasil?
Se a pessoa não defender guerra civil e derramamento de sangue em troca da tentativa de romper turbilhões de amarras capitalistas ela se torna uma petista de direita? Não entendo isso. Tem como ser democrático e republicano optando pelo rompimento brusco com o capital? Existe um só lugar que isso tenha dado certo em dado território da noite pro dia?
Para a direita, o governo brasileiro é de esquerdistas terroristas.
Para alguns setores da dita esquerda, é de direita e vendido.
E para todos que discursam sobre rompimentos com o capital, eu perguntaria: estão preparados para lutar na base da força física? Quem será que venceria no meio da rua, eu, minhas ideias, meu discurso e meu senso de humanidade, ou uma bazuca norteamericana?
Teríamos nós, brasileiros iluminados, formas de não acabar como qualquer outro país que desafia o capitalismo norteamericano, sem derramar mais sangue do que já vemos dia e noite através da violência do capital?
Não sei.
Mas é preciso solidarizar-se com outros países tendo sua economia e a tal "soberania" ameaçadas, com a mesma capacidade de olhar para o próprio país. E parar de achar que as políticas dos vizinhos são sempre mais românticas. Setores da esquerda apaixonados pela Venezuela, e odiosos ao Brasil. Tem algum sentido? O Governo da Venezuela rompeu com o capital? Não. Mas tomou decisões políticas favoráveis ao povo, criando políticas públicas com verbas para a educação. Isso é bom. Só que o Brasil criou e destina muito mais. Mas aqui é feio. Aqui não se rompe com o capital! Essa linha de raciocínio ainda não encaixa na minha cabeça.
Porque contradições, todos os governos estão tendo. A pergunta é, o que nós queremos? Se o problema for esse, romper com o capital é fácil. O PT ganharia troféu de honra ao mérito por setores da esquerda. Mas e o depois? De quem se tornará a responsabilidade pela guerra? A Dilma?
Sim, guerra. De soldadinho e tudo.
Ah, virei conservadora? Não, só estou de saco cheio de discurso esquizofrênico. Nos outros países tudo é lindo. Até gente morrendo em nome da pátria, é lindo. No Brasil nada serve...
Desafio para quem concorda que nosso sistema econômico mundial é violento e desigual, responda:
- Como romper com o capital baseado em princípios democráticos garantindo a integridade social?
Quem souber, pode ganhar o cargo de presidente da república. Eu não sei.

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terça-feira, 10 de setembro de 2013

Ainda bem que não sou eu quem manda aqui

Li esta poesia, e lembrei-me de várias pessoas que ao longo de suas vidas compreenderam e reforçaram ao mundo que o ser humano não é o dono da natureza, ou que tampouco o dono de tudo que há no mundo é uma entidade "humanificada", e, pior do que isso, masculinizada. Religiosos poderiam dizer que a menção destas palavras remetem à Deus. A interpretação é livre. Eu diria que me reforça ainda mais a ideia de que somos parte, processo, transformação e não de que somos menores ou maiores que o resto do universo. Em outras palavras, somos parte da natureza, tanto quanto todo o meio ambiente que nos completa. E se nos consideramos "parte", pressupomos sintonia e sincronia com as outras partes, e não supremacia ou autoritarismo perante as outras partes. Ao ler isto sem a menor intenção, num livro de Feng Shui encontrado ao acaso na minha prateleira com "técnicas energéticas milenares", me peguei pensando: precisava dividir com mais gente. Mesmo que apenas para reflexão.



Ainda bem que não sou eu quem manda aqui

Eu jamais teria imaginado um pinhão
nem um porco-espinho, nem uma romã,
e ainda que lograsse imaginar um cometa,
como conseguiria construir um deles?
ou organizar a vida de um lago?

Onde teria eu encontrado a energia
para tornar distinto cada floco de neve?
(é mais ou meu estilo fazer um ou dois
modelos razoáveis, construir um molde
e fabricá-los em série)

E em definitivo não se parece comigo
terminar uma cordilheira toda e depois ir
cuidadosamente retocando com minúsculas
florestas de musgo a face virada para o norte
de cada pedra

Tenho excelente memória para os detalhes
mas me parece provável que fosse esquecer
as bolinhas das costas de uma joaninha

E teria esquecido de amarrar
cada uma das madeixas de seda
de cada grão de cada espiga de milho

(Ora, eu já morei numa casa por dois anos
sem pendurar cortinas no quarto de dormir
- provavelmente eu jamais conseguiria
me levar a construir uma cachoeira)

E não consigo ter em mente alguma coisa
pelo tempo que é preciso para ser um rio,
nem me concentrar pelo tempo necessário
de me tornar numa vertente fria e funda

E ainda que eu tivesse, em caixinhas,
o tipo certo de átomos e moléculas,
quanto tempo levaria em montá-los
para formar uma mera gota d´água?

E o brilho despedido por aquela gota?
Bem, acho que para todo o sempre ficarei
a procurar os começos daquela luz.

Viu só? Ainda bem que não sou eu quem manda aqui.

Evi Seidman

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