quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Essa juventude esta perdida!!!


“Cada vez mais me convenço de que a nossa juventude esta perdida e o destino é o mais trágico que se possa imaginar...”
Ora vejam, temos muitos exemplos disso... na escola, a menininha de sete anos colocou o papelzinho da bala na lixeira. Na hora de ir embora, sua mãe jogou um saco de bolacha no chão bem na porta da saída. E a adolescente dessa mesma escola, que na sala de aula em épocas de eleições perguntava sobre política, sobre políticos, sobre como funciona tudo isso, e a professora desta mesma escola na sala dos professores dizia: “ui, não suporto política, políticos são todos safados...” Ah mas tem casos mais interessantes: os jovens, meninos e meninas, estão cada vez mais tendo a capacidade de demonstrar afeto. Afeto este, que talvez não recebam em casa, pois homem encostando em homem boa coisa não vai dar... Ah, mas adolescentes se tocando deve ser proibido, afinal, onde isso vai parar? E no meio disso tudo havia me esquecido, que a população pedófila, que independe de classe social (pedreiros, médicos, advogados, desempregados, etc.), só se toca escondido mesmo, e daí o toque é pra valer, sem essa frescurinha de beijo na rua... E o adolescente de 17 anos, lá do Conselho Tutelar? Não tem mais para onde ir, usa crack e fica violento, o tio quer matá-lo. Ah, mas no histórico dele diz: “o menino ia buscar droga no boteco para o pai desde os 4 anos de idade”. Que menino mau. E essa juventude alcoolizada, então? Essa nem se fala. O vô do Joãozinho botava o dedinho dele na cerveja desde um aninho... toda família achava engraçadinho. Tem também a parte da juventude que esta perdida pelo seu visual. Já viu homem macho botar dois brincos? Isso é coisa de boiola. Claro, visto que sexualidade, caráter, honestidade, integridade, solidariedade, amor e humanidade se mede pela quantidade de brincos ou de tatuagens que se faz. Além do mais, esqueci do código coletivo imaginário da homofobia, onde as referências negativas do espírito conservador brasileiro refere o homossexual a tudo que é ruim, inclusive as piadas sem-graça estão no “Top Ten” do preconceito. Mas me questiono: quem é mesmo que sustenta a vida paralela da prostituição de travestis? Os jovens? Cada vez menos, pois os jovens que querem ter relações homossexuais estão conseguindo cada vez mais se libertar sem a necessidade da calada da noite. Isso sem nem falar de menino que usa cabelo comprido... e os roqueiros? Estes sim! Só escutam música barulhenta e são todos drogados... mas até hoje em todas as turmas que trabalhei, de modo geral, eram estes os que mais se manifestavam insatisfeitos com esse sistema... Sistema no qual ainda temos muito o que viver e muito o que transformar... e a gurizada esta bem antenada! Talvez alguns que já não são mais tão jovens não consigam entender que mundo esta melhorando, e as pessoas estão conseguindo se libertar das amarras do conservadorismo e do individualismo. Grande parte dos jovens de hoje conseguem enxergar a margem de miséria que assombra o mundo e que interfere na vida de cada um. A juventude esta perdida mesmo? Ou os jovens que reproduzirem uma fórmula falida de sociedade é que estão perdidos?

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terça-feira, 22 de setembro de 2009

Dúvidas...



São tantas dúvidas...

De qualquer forma elas me fazem bem.

Me movem a buscar sempre mais.

Se não fossem elas minha vida não aconteceria...

Não teria nem sequer o que pesquisar, o que instigar, o que melhorar, o que libertar...

Coitados dos que pregam certezas...

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segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Personificação das coisas e coisificação das pessoas


Essa frase foi ilustremente utilizada pelo professor Gaudêncio Frigotto, numa excelente explanação feita na UFRGS esses dias.

Abre um leque de debate muito rico.

Poderia falar mil coisas sobre essa pequena frase, mas nesse momento me ocorreu ressaltar uma:

As marés intermináveis de pessoas com seu senso crítico decepado da cabeça aos pés. Que aumentam a cada dia.

Que não nasceram hoje. Se arrastam desde a inquisição.

E agora, ao mesmo tempo que o capital prega a liberdade de tudo (veladamente, pois livre mesmo é só o $$$$$), temos concomitantemente a pregação protestante.

E nessas vertentes, olha a grosso modo, quanta coisa se confunde:

Da ética protestante nasceu o sistema econômico vigente.
E do sistema econômico vigente, nasceu o discurso da "liberdade". Ainda que o discurso da "liberdade" seja estritamente econômico, às vezes ele se "falsea" e diz que o "povo deve ser livre!" Ok, livre pra consumir. Trabalhar para poder pagar o que produz. No meio desse engodo, o discurso da "liberdade" foi tomando outras rédeas... e não é que alguns povos ou partes desses grupos de explorados resolveram que a "liberdade" também deveria estar citada nos direitos, ir e vir, relacionar-se com quem quiser, deixar de ser a piada da turma por conta de sua cor ou condição financeira, e por aí vai?

E no meio do engodo se viu que tinha muita gente pregando "liberdade"... mas não era aquela que se pensava... liberdade que se pensava poderia estar restrita especificamente ao comércio de riquezas e exploração de mão-de-obra que estaria tudo bem...

E da mesma ética protestante... nascem grupos que pregam o total enquadramento humano nos moldes "homo obedientus"... (que bonito, inventando palavra em latim!!)

Convenhamos, o "homo obedientus" existe desde que um hominídeo descobriu que com um pedaço de osso ele poderia oprimir outro...

Só que cada vez mais os pedaços de ossos não são tão violentos assim, eles cada vez mais agem nas estruturas da sociedade...

Que nó, né?

Mas era isso.

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sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Diretamente do Reino Encantado da Hipocrisia, na terra de Tão Tão Perto...


Era uma vez...

O Reino Encantado da Hipocrisia começa a fazer sentido para mim. Antes não tinha muita paciência com o Reino Encantado da Hipocrisia, só era capaz de forma pragmática, de achar que a hipocrisia era uma escolha...
Bom, não deixa, de certa forma, de ser. Mas de repente o que acontece é que é uma escolha velada. O exercício do desvelamento dessa hipocrisia não se dá assim de forma tão fácil e muitas vezes nem se dá.
Na terra de Tão Tão perto, geridos pelo reinado absoluto das majestades encantadas da hipocrisia, acontecem coisas que verbalizando ninguém acredita. Ou até mesmo se duvida. Isso quando não passa batida e ridicularizada como “teoria da conspiração”, para os mais simplistas...

Pessoas passam a vida a controlar pessoas, e a forma mais violenta delas é o controle moral, que depois às vezes se exterioriza até em controle violento físico. A moral sempre esteve a serviço de um grupo minoritário que controlou um grupo inúmeras vezes maior. Na verdade, quando falo em moral, estou falando de um instrumento constitutivo da conduta humana daquele grupo ou local, que por muitas vezes faz os mais variados pensamentos individuais se tornarem uma fronta à felicidade. Felicidade essa, que tanto pode ser individual ou coletiva. Não se trata de classificar que moral é boazinha ou que moral é má, mas sim, de detectar a quantidade de gente da terra de Tão Tão Perto, que sofre o resultado de dívidas cruéis do Reinado das Majestades Encantadas.
No Reino Encantado da Hipocrisia, acontecem coisas interessantes. Nada tão individual e nada tão coletivo. Tudo na mais profunda desarmonia, porém, num caos organizado. Acredita? Na terra de Tão Tão Perto o caos é organizado. O caos tem hierarquia, regras, leis, ordens, normas, etc. A grande novidade desse pedaço de terra em meio aos demais Reinos, é que a ordem do caos confunde a cabeça dos plebeus, a ponto deles pensarem que o caos não existe. E digo mais, a maioria dos plebeus repetem feito papagaios que esse papo de que tem caos no reino, é coisa de quem não tem mais o que fazer. Tem plebeu que diz que os mais miseráveis são assim por escolha, pois se pegassem numa enxada teriam o que comer.

Mas além disso tudo, tem outras coisas interessantes nessa terrinha tão curiosa Olhem só: tem escola nos arredores do reino. As majestades gostam de dizer que a plebe tem direito à educação. O curioso é que os assuntos que os professores ensinam para os filhinhos da plebe não significam quase nada para eles. E sabe do que mais? Muitos dos professores receberam esta mesma educação, não aprenderam quase nada, e hoje repetem tudo aquilo que não aprenderam, para os seus alunos. Lá em Tão Tão Perto se faz um estudo por um tempo, onde dizem que as pessoas saem aptas ao ofício de professor. O ofício de alfaiate, em grande parte, se aprende tendo um equipamento e aprendendo a meter a mão na massa.

Eu gosto de estudar esse Reino, porque ele tem política para tudo. Até mesmo quando não tem.

Olha que interessante: no Reino Encantado da Hipocrisia, as minorias são as maiorias. Como isso? É bem simples. O poder das majestades sempre esteve ameaçado. Em torno dessas ameaças, esse pequeno grupo convenceu o grande grupo, que eles eram minorias. As mulheres plebeias tem mais de 50% da população e são chamadas de minoria, os plebeus que foram roubados de outro continente para trabalhar de graça são hoje grande parte da população de Tão Tão Perto e são chamados de minoria, as pessoas que tentam externalizar suas mais variadas formas sexuais de relacionamento são chamadas de minoria, como se as majestades fossem assexuadas.

Ih, o Reino Encantado da Hipocrisia tem tantos elementos interessantes e contraditórios, que não vai caber num relato só.
Viajo todos os dias para conhecer um pouco mais desse Reino e dessa terra, e a cada dia faço uma descoberta diferente.
Entre essas descobertas, conheci as mais variadas formas de resistência e transformação do mundo vivido pelos plebeus. Essa parte da história é bem legal. Ficam para as cenas do próximo capítulo...

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quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Homossexualidade em debate:


Por Leandro Consoni, militante lgbt
Navegando entre sites polêmicos, coisa que faço com freqüência, me deparei com uma notícia que acusa o senador Romeu Tuma (PTB-SP) de homofobia. Durante uma audiência pública na CPI da Pedofilia o cara resolveu perguntar se o médico Wagner Rodrigo Brida, investigado por abuso de crianças, é homossexual. Pergunto: Qual a relação existente entre a orientação sexual do cara e o fato dele supostamente ser um pedófilo? Nenhuma, é óbvio. É esse tipo de opinião que reforça o preconceito. Pensar que a pedofilia, que é crime, pode estar relacionada com a homossexualidade é um absurdo. Se o senador não sabe existem pesquisas que confirmam que a maioria dos pedófilos são heterossexuais. Portanto, não existe motivo nenhum para perguntar para uma pessoa suspeita de pedofilia se ela gosta de meninos ou meninas. É por isso que temos que lutar contra qualquer tipo de preconceito. Precisamos mostrar que não somos criminosos e que os direitos devem ser iguais, não importando com quem dividimos a nossa escova de dente.

Na imagem, Romeu Tuma.

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quinta-feira, 30 de julho de 2009

Do ventre nasce um novo coração


Segunda-feira passei por aquele momento em que paramos para filosofar e ressignificar o sentido da vida. Muita gente passa por isso quando fica gravemente doente, ou quando perde um ente querido, ou quando acontece algum acidente, ou quando alguém fica doente para morrer.
O ideal seria nunca precisar passar por esses momentos. O bom mesmo seria se ninguém precisasse ir parar num hospital a não ser para fazer um parto.
Por mais simples que uma cirurgia possa parecer, sempre tem os “poréns...”
E desses poréns é que a gente se borra de medo. Eu pelo menos, morro de medo de anestesias e coisas afins.
Ontem minha mãe fez uma cirurgia na coluna bem na parte de cima. Me amoleci de cima abaixo por diversas vezes. Tinha tudo para dar certo e de fato deu. Mas cada vez que a recepção do bloco chamava o familiar dos fulanos de tal, dava um medo de ser eu e o Amon, e dava um medo de ouvir que qualquer coisa possa ter dado errado. Esse medo me deixou a flor da pele. Já estava ficando com dor de barriga, com enjoo, com ânsia de vômito, com tudo que o meu sistema nervoso poderia me oferecer.
Não apenas por isso, mas essas horas são importantes para o momento da parada. Mas a parada para pensar no sentido das coisas e que para morrer, basta estar vivo... (é óbvio mas a gente prefere não lembrar muito disso).
Penso muito nisso sempre, embora o que saia para fora sejam mais espinhos do que rosas...
Mas a minha mãe não tem igual. Esse pressuposto parece ser meio óbvio. Mas não é. Tem gente que tem mãe legal, tem gente que tem mãe boazinha, tem gente que tem mãe bruxa...
A minha mãe é a categoria de mãe “sem explicação”. Ela me torra um pouco o saco de vez em quando, mas ela é tudo que eu sou. Sem parecer papo de “arquivo confidencial do Faustão”, a minha mãe é a minha referência, não apenas por ser minha mãe, mas por ser a pessoa que é. Ela tem um senso de humanidade e um coração que não cabe nela. Gostaria de colar aqui embaixo, o que escrevi no meu Memorial Descritivo para fazer a seleção do mestrado na UFRGS, sobre a minha mãe e a minha vida... Não sei se algum dia ela já leu, mas lá vai:
“Os que mandam acreditam que melhor é quem melhor copia. A cultura oficial exalta as virtudes do macaco e do papagaio. A alienação na América Latina: um espetáculo de circo. Importação, impostação: nossas cidades estão cheias de arcos do triunfo, obeliscos e partenons. A Bolívia não tem mar, mas tem almirantes disfarçados de Lord Nelson. Lima não tem chuva, mas tem telhados a duas águas e com calha. Em Manágua, uma das cidades mais quentes do mundo, condenada à fervura perpétua, existem mansões que ostentam soberbas lareiras, e nas festas de Somoza as damas da sociedade exibiam estolas de raposa preteada.” (GALEANO, 2002, p. 159)

Esta pequena crônica de Eduardo Galeano chamada A alienação/2 reflete o tom ao qual inicio meu memorial descritivo. Trata-se da explicação na qual sinto necessidade em expressar, no que se refere às minhas escolhas não apenas profissionais, mas também ideológicas dentro de uma conotação de visão de mundo.
Esse processo inicia-se na infância, onde minha mãe sempre trabalhou entre eu e meu irmão, a idéia de “importar-se” com o que acontece fora da nossa casa. Ela é formada em Ciências Sociais, professora do estado e antiga militante política. Desde cedo éramos estimulados a entender porque havia meninos no sinal da cidade pedindo esmolas, e porque algumas coleguinhas do meu colégio precisavam de tênis de todas as cores e marcas. Quando muito, não tinha respostas para todas as perguntas, mas estes questionamentos sempre fizeram parte da nossa realidade. Estes fatores externos à vida cotidiana das famílias classe média na qual eu estava inserida, para a minha família não se colocavam alheios a nós. E por conta disso, muitas vezes éramos os “rebeldes” dos grupos, tanto eu (criança e adolescente), quanto minha mãe, que, por muitos momentos passava horas e horas envolvida com trabalhos e mobilizações sindicais.
Com isso, minha vida adulta não poderia ter outro destino, senão o de importar-se. Quando falo em importar-se, estou me referindo à noção de entender, de perguntar, de procurar, de fazer parte, de conscientizar, de trabalhar, de praticar, de teorizar, de ser um curioso, de pesquisar, de sensibilizar. No modo de ver o mundo ao qual fui criada, a concepção de coletividade esteve lado a lado mesmo que ainda não tivesse idade para entender os fundamentos do materialismo dialético, ou talvez das teses que Marx nos traz, ou quem sabe o conceito de “libertação” de Paulo Freire. Ou seja, nesse modo diferente de pensar a minha existência e a existência do outro dentro da realidade na minha infância, é que foi se dando sutilmente a prática, ainda que sem a teoria.
"

Além deste Memorial de 2008, havia feito o de 2007 também neste tom, talvez até um pouco mais detalhado.
Esses momentos de “parada para pensar” fazem passar um filme na cabeça da gente. E na minha cabeça só fez passar o que sempre passa, só que agora de forma cada vez mais forte: eu quero a minha mãe aqui, do meu lado, pertinho de mim, feliz, com saúde, namorando, rindo, reclamando, enfim, aqui, vivendo.
Ela só tem 51 anos e muita vida pela frente.
Mais uma vez, repito que a minha mãe é a minha bússola. E sem ela eu perco o norte, o sul e qualquer outra direção.
Mãe, és a mulher mais afudê que eu conheço e quero ainda muito aprender contigo.

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terça-feira, 21 de julho de 2009

Nosso Amigão


Eu ontem redescobri um grande amigo que na verdade nunca deixou de ser. Talvez a rotina afaste as pessoas e a amizade fique num segundo plano. Estar próximo e presente pode não ser tudo numa amizade. Acho que o que vale mesmo é a lealdade a que se leva o título de "amigo". Nossa, eu tenho tantos amigos que não caberia aqui elencar. Tem os que eu alugo pra fazer dos seus ouvidos um grande "penico", tem os que eu desconto todo meu stress, tem os que só pegam as partes boas e educadas de mim (esses são bem poucos ehehehhehee), tem os universais, que pegam todas as minhas partes, tem os que só vejo de vez em quando, mas quando vejo sei que posso dizer o que eu quiser. Tem os amigos mais que amigos que são até meus parentes, como a minha mãe, por exemplo, que quando eu era criança todas as meninas faziam competição de quem é a melhor amiga de quem, e eu sempre respondia que era a minha mãe. E se me perguntassem agora, ela certamente diria que não é verdade, mas ela é e sempre será minha melhor amiga, até que se prove o contrário ou que a Stella passe a roubar seu posto. Às vezes eu tenho medo que ela me critique, e acabo botando os pés pelas mãos, mas sei que esta sempre ali pra eu contar e pedir o conselho que quiser. Na verdade a minha mãe é tema pra uma postagem única aqui.
Sem querer esse amigão (ou será que foi de propósito? Acho que não) acabou fazendo uma ação simbolicamente no dia 20 de julho, dia do amigo. Me emocionei ontem com o método e o conteúdo desse bom amigo de ajudar uma outra amiga. Não tenho como descrever suas palavras medidas e colocadas quase que "liricamente" uma após a outra. Puxa vida, que formulação, que relação, que tudo. Eu acho que nunca havia visto tamanha profundidade na forma de falar e até mesmo de pensar e conseguir organizar o pensamento. Acho que esse meu amigão conseguiu reencarnar o Paulo Freire e usa cada vez mais de uma pedagogia totalmente límpida, bonita, leve e profunda. Não tenho mais palavras pra admirar e verbalizar o que senti ontem, e da prova de amizade refletida na preocupação desse meu amigo, que ajudando uma outra amiga, ajudou outros amigos também. Esses outros amigos ele ajudou certamente ensinando uma humanidade cada vez maior que se refletirá em outras relações de amizade e outras práticas, e de como uma amizade pode ser a coisa mais fantástica que existe.
Meu Amigão Amon, e Amigão de muita gente, TE AMO.

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quinta-feira, 4 de junho de 2009

Juventude, educação e trabalho


Algumas observações e constatações sobre o ritmo do trabalho ao longo do processo histórico e na atualidade, me chamaram a falar um pouco sobre este tema. Enraizados na lógica Fordista de produção, a economia mundial começa a pedir hoje, trabalhadores nem tão “fragmentados” assim. Isso quer dizer que, aquele funcionário que antigamente dava conta de apenas torcer o parafuso e aumentar a quantidade e a velocidade de produção hoje garante seu emprego se torcer o parafuso, juntar com a outra peça, dar uma “polida” no produto final e ainda se relacionar bem com os colegas. Este último inclusive, esta na moda. Segundo as teorias econômicas que fomentam a pesquisa científica dentro da área da psicologia, por exemplo, exaltam hoje este último item, nomeado belissimamente como “habilidades comportamentais”. O que o mercado esta exigindo agora, é aquilo que a máquina não pode substituir. A criatividade humana e a capacidade de relacionar-se com o todo (trabalho e pessoas). Para além destas qualificações, exige-se também o conhecimento da área específica, o estudo, a formação inicial ou básica e uma formação continuada. O interessante é que essa educação orientada aos interesses do capital e do banco mundial, não é uma educação “democratizadora” de conhecimentos. Ao menos nos países onde é interessante que não se formem profissionais qualificados de fato, como nos países mais carentes. A política educacional do banco mundial é qualificar a população desses países com cursos técnicos, para trabalhar em multinacionais onde a centralidade do conhecimento científico fique de fato com a supremacia tecnológica das matrizes. Nos Estados Unidos pode ser interessante empoderar o campo da educação dando ênfase ao aprofundamento do conhecimento aos seus, mas nos países ditos “pobres”, ou cinicamente “em desenvolvimento”, a política é empoderar a população apenas para trabalhar na fábrica com o máximo de qualidade, porém qualidade apenas técnica, e de preferência num ritmo alienado do processo em si. Talvez para isso se enfatize tanto a questão da necessidade de um funcionário ter “habilidades comportamentais”. Pois esse “super funcionário” garantirá seu emprego se atingir essa gama de responsabilidades. Caso contrário, esta fora. E no meio desse emaranhado todo, vem os jovens oriundos de uma educação ainda precária, que pouco a pouco vem tentando desvincular-se da lógica do exército de trabalhadores qualificados ao trabalho manual do capital. Pois o trabalho intelectual e o conhecimento científico e tecnológico, por enquanto é mérito dos primos ricos lá de cima. O governo federal vem tentando desconstruir essa lógica aos poucos, dando incentivos científicos e intensificando a riqueza de “casa”. Mas infelizmente o caminho ainda é muito longo.
OBS.: Na foto acima, a Juventude de Gravataí representada na Marcha em Defesa da Educação no XI Fórum de Estudos Paulo Freire

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quinta-feira, 23 de abril de 2009

Emir em Gravataí


Sim, conseguiu-se trazer uma grande figura para fazer uma palestra aqui na cidade... e por falar em grande figura... ah!!!
Que maravilha!! Debates sobre o Fórum Social Mundial do ano que vem... que alívio... pensei que desde que este estado foi sucateado, nunca mais ouviria-se falar em FSM.

O Emir é um destes grandes homens e mulheres que idealizaram este Forum e agora está aí, com vida, pernas e coração a todo vapor.

Sim, o Rio Grande do Sul lamenta também a Desgovernança Solidária do Sr Fogaça, mas...

O próximo FSM está aí pra mostrar que aquela ladaínha de "aproveitar o que era bom e mudar o que era ruim" foi pura história pra boi dormir.

Hoje não estou inspirada, pelo contrário, os passarinhos não acordaram verdes nem azuis... então, apenas dei uma passadinha para divulgar esse grande homem na Aldeia dos Anjos, a Gravatahy.

Sexta, dia 24 de abril, às 20h na Câmara de Vereadores.

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quarta-feira, 4 de março de 2009

Escolas itinerantes fechadas...






“Guerra dos Mundos”. Passou esse filme na Globo hoje (segunda-feira, dia 02 de março). Depois da ficção, a realidade. Notícia inicial do Jornal da Globo: Ministério Público do RS fecha escola itinerante do MST. Em poucos minutos, a notícia: Presidente Lula critica assassinato do fulano por parte de integrantes do Movimento dos Sem-terra. Overdose ideológica na veia. Sem anestésico. Diretaço.

Não tenho mais paciência com tanto descaramento. O Ministério Público, juntamente da nossa governadora, alegam que “elas não seguem as diretrizes pedagógicas oficiais e implantam a ideologia socialista nos alunos.”(segundo o Jornal O Globo de 19/02)

Sinceramente, em 2009, jamais poderia imaginar ouvir tamanho absurdo. Do que este povo da direita tem tanto medo? Não reproduzem a plenos pulmões de que o socialismo perdeu sua vez? Fico tentando imaginar o que seria “implantar ideologia socialista nos alunos”... provavelmente valores do mal, como aprender a dividir, aprender a respeitar o outro, aprender a importância da coletividade, aprender a distribuir, aprender a respeitar as riquezas naturais e o lugar onde se vive, aprender que homens e mulheres são iguais, enfim, aprender a ser mais humano. Puxa vida, acabem com as escolas itinerantes, afinal, “elas não seguem as diretrizes pedagógicas oficiais”. Diretrizes oficiais? O que o Ministério Público quer dizer com diretrizes oficiais? Que as escolas itinerantes não seguem conteúdos programáticos? Não, é pura história para boi dormir. Na realidade o que querem dizer, é que crianças e adolescentes não podem ser ensinados para nenhum tipo de processo de libertação da consciência, pelo contrário, devem seguir a risca o PCN tapado de conteúdos muitas vezes vazios, para que sejam parte do exército dos homens e mulheres treinados para trabalhar para e pelo capital. Processos emancipatórios aliados à educação popular? Ah, isso é coisa do capeta. Aquele que começa fazendo “lavagem cerebral” por trás das lonas do MST, e termina com ideais antropofágicos que comem criancinhas. O MST tem problemas? Contradições? Sim, tem. Assim como todos os partidos de esquerda também tem. Portanto, por hora, estou indignada com o rumo que as coisas estão indo sobre esse assunto. Sobre esse e sobre tantos outros. Chegamos nos tempos em que até o Ministério Público virou expert em educação, não apenas interrompe processos educativos, como dá seu parecer técnico sobre o tema. Maravilha! Mais uma da “Guerra dos Mundos”, porém, os inimigos não são exatamente extraterrestres, mas sim, seres humanos a serviço do capital.

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